Os números da última prestação de contas dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Vila Franca de Xira mostram duas grandes subidas, quer no número de clientes quer no aumento das perdas de água.No exercício de 2010 os SMAS registaram um aumento de 635 clientes face ao ano anterior, reunindo actualmente cerca de 70 mil clientes, dos quais 88,2 por cento são domésticos e 9,4 industriais e comerciais. O aumento permitiu aos SMAS receitas totais anuais na casa dos 17 milhões de euros, alcançados também graças à diminuição das dívidas de terceiros. A acompanhar todo este crescimento estão também as perdas de água no sistema, que já somam 21,8 por cento, mais 2,4 por cento do que no ano anterior. Em 2010 os SMAS de Vila Franca de Xira adquiriram à EPAL perto de 12 milhões de metros cúbicos de água.Na apresentação dos resultados, numa das últimas reuniões públicas do executivo, o presidente do conselho de administração, Vale Antunes (PS) justificou o aumento das perdas com problemas verificados num dos depósitos do concelho e com desvios ilegais que são realizados sem consentimento dos SMAS. “Existe já localizado um factor real de agravamento que levou o conselho de administração, depois de análise técnica dos serviços, a projectar a construção de um novo depósito em Vialonga e a alterar as condutas e os seus ramais de abastecimento”, informou o responsável. A obra deverá ser concretizada ainda em 2011.Ao nível dos recursos humanos os serviços registaram menos cinco trabalhadores no último ano e o absentismo também baixou. Actualmente os SMAS têm 203 funcionários e em 2010 foram proporcionadas 37 acções de formação envolvendo 93 trabalhadores.“O exercício de 2010, embora positivo, foi menos favorável que os anteriores. Para tal contribuiu o decréscimo do volume de água consumida pelos clientes industriais e comerciais, os consumos do segundo escalão e a redução no consumo das autarquias, que determinou a redução dos proveitos dos SMAS em quase meio milhão de euros”, lamentou Vale Antunes. Os vereadores da oposição destacaram a execução global do investimento de 84 por cento mas criticaram o facto de terem aumentado os acidentes de trabalho dos assistentes operacionais. Os comunistas também questionaram os responsáveis sobre o motivo de terem aumentado em 70 por cento as reclamações telefónicas dos munícipes sobre as dificuldades de abastecimento de água. Vale Antunes explicou que o aumento das reclamações – de 268 em 2009 para 382 no último ano – se deve principalmente ao facto de ter começado a ser facturada a tarifa decorrente da entrada em funcionamento das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR’s) do concelho.