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Recuperação da zona ribeirinha “encalhou” questões ambientais

Recuperação da zona ribeirinha “encalhou” questões ambientais

Câmara de Azambuja diz que projecto para recuperar zona ribeirinha não avança por entraves ambientais

O projecto de requalificação da zona ribeirinha de Azambuja não avança porque encalhou na burocracia, denuncia o presidente da câmara, Joaquim Ramos.

O abandono e o desaproveitamento turístico do estuário do Tejo pode ser contrariado com a recuperação dos mouchões e das aldeias avieiras. A Câmara Municipal da Azambuja alega ter já um projecto, que não avança por entraves ambientais.“Queremos construir uma praia fluvial e uma nova ciclovia até Valada do Ribatejo (Cartaxo), mas estamos há dois anos sem poder avançar porque o projecto encalhou na Comissão da Reserva Ecológica”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal da Azambuja, Joaquim Ramos (PS). O autarca explicou que este é um dos projectos que a autarquia da Azambuja tem para requalificar as zonas ribeirinhas do Tejo, podendo desta forma potenciar ainda mais o turismo na região.“Existe tanto da parte do nosso município como de municípios vizinhos projectos bem conseguidos, mas depois as burocracias dos organismos públicos e de alguns ambientalismos deitam tudo a perder. E depois as coisas degradam-se”, lamentou. Flamingos, garças, cegonhas, cavalos e águias pesqueiras são algumas das espécies que podem ser observadas no Estuário do Tejo, uma reserva natural com cerca de 34 mil hectares.Neste momento são alguns os operadores turísticos que promovem cruzeiros no rio Tejo, com diferentes rotas, para mostrar aos visitantes, além das várias espécies animais, as belezas naturais dos mouchões (pequenas ilhotas) e também das aldeias avieiras, com as suas casas típicas.As aldeias avieiras são as estrelas deste passeio, construídas por pescadores da costa atlântica que, desde o início do século passado e até aos anos 60, começaram a chegar às margens do Rio Tejo e do rio Sado sobretudo durante o Inverno, em busca de melhores condições para pescar.Um dos operadores turísticos que faz a rota dos mouchões do Tejo e das aldeias avieiras é a empresa Ollem que organiza passeios fluviais entre a freguesia de Valada, no Cartaxo, e Vila Franca de Xira.Em declarações à agência Lusa, a responsável da Ollem defendeu mais intervenção por parte dos municípios para que seja possível atrair mais visitantes ao Estuário.“Estamos a tentar sensibilizar as câmaras a fazerem a recuperação das suas aldeias avieiras e dos mouchões, que são um belíssimo cartão-de-visita do rio Tejo. O turismo no Tejo só pode ser potenciado se houver uma vontade forte”, sublinhou.A operadora turística defendeu, igualmente, a criação de algumas infra-estruturas como cais de embarque e mais limpeza, uma vez que, em algumas partes, o rio ainda está muito assoreado (obstruído com areia). No entanto Madalena Mello referiu que está em curso um projecto de candidatura da Cultura Avieira a Património Nacional (ver página 15), que envolve 39 entidades, estando identificados mais de meia centena de investimentos nas áreas da hotelaria, turismo, recuperação de aldeias avieiras e observatório de aves.“Hoje o Tejo está claramente desaproveitado, mas acredito que se a cultura avieira for declarada Património Nacional mundial é uma questão de tempo para que o Tejo seja valorizado como merece e estejam criadas as condições para que haja um novo destino turístico em Portugal, atestou.O rio Tejo nasce na Serra de Albarracín, Espanha, e atravessa Portugal em cerca de 700 quilómetros na sua diagonal. No total, o maior rio ibérico tem cerca de 1200 quilómetros de comprimento.
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