A Assembleia Municipal de Ourém aprovou por maioria, no dia 27 de Abril, o relatório de gestão e prestação de contas do município referentes ao ano de 2010. O documento obteve oito votos contra (PSD), 12 abstenções (10 do PSD, uma da CDU e uma do CDS) e 19 votos a favor (três dos independentes e 16 do PS). Lembrando as críticas da oposição PSD aquando da apresentação do relatório de gestão em reunião camarária, que destacavam grandes aumentos nos gastos em sectores como a publicidade (mais 662,93 por cento) ou nos custos com pessoal dos órgãos autárquicos (mais 79,84 por cento), o presidente do município, Paulo Fonseca (PS), apelou a que “deixemo-nos de políticas de terra queimada” e de “dizer mal”. Reconhecendo que efectivamente há aumentos preocupantes, como na electricidade pública (cerca de um milhão de euros), afirmou que o actual executivo quer desenvolver o concelho. “Neste tempo temos que tomar decisões de risco”.O deputado Hélder Miguel (PSD) explicou o voto contra por se terem falhado objectivos como a redução das despesas e por se ter aumentado a dívida. “O município empobreceu cinco milhões de euros este ano”. Já o líder da bancada PS, António Gameiro, defendeu que os valores do relatório de gestão “reflectem em muito os compromissos do anterior executivo”. Margarida Poeta (CDU) comentou que apesar do aumento das despesas, foi “notório o esforço da câmara municipal para regularizar a dívida”. “Dispensamos as trocas de acusações”, referiu.A presidente da assembleia municipal, Deolinda Simões (PSD), afirmou ser este “um momento crítico. Este foi um ano extremamente difícil de governar e sinto que houve um esforço para resolver” os problemas. “Vou votar a favor porque acho que a câmara municipal está a pagar muito do seu passado. Para o ano não terá esta desculpa”.