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Gravidez na adolescência tem vindo a diminuir

A gravidez na adolescência em Portugal baixou de 12 para quatro por cento nos últimos 30 anos, revela um relatório que traça o perfil da saúde sexual e reprodutiva na União Europeia.O ginecologista e obstetra Miguel Oliveira da Silva, que preside atualmente ao Conselho Nacional de Ética das Ciências da Vida (CNECV), sublinha a descida da gravidez na adolescência (entre os 15 e os 19 anos) para os 4,3 por cento, em 2009, quando em 1980 se situava nos 12 por cento. Uma boa notícia que, para Miguel Oliveira da Silva, se deve ao recurso à contracepção. O especialista refere, contudo, que nesta área “ainda há muito a fazer” e recorda que “no norte da Europa essa percentagem é de um por cento”. O Norte da Europa é igualmente referido quando abordada a questão do apoio à maternidade que, segundo Miguel Oliveira da Silva, é “um gravíssimo problema em Portugal, país com as mais baixas taxas de fecundidade da Europa”. “Não substituímos a nossa população. Os portugueses não têm filhos suficientes para manter a sua população, pois morrem mais do que nascem”, disse. Para o especialista, os incentivos financeiros são importantes, mas insuficientes, pois países como a Suécia, a Alemanha e a França apoiam profissionalmente os pais. “Na Suécia, se o pai não goza dois meses de licença de maternidade, o casal não recebe qualquer apoio financeiro”, exemplificou.Ao nível da contracepção, Miguel Oliveira da Silva defende a continuidade da oferta de anticoncepcionais nos serviços de saúde, alertando para os riscos da ruptura de stocks. “É importante a fidelidade para a eficácia, nomeadamente no caso da pílula, que é a escolha anticoncepcional de 45 por cento das mulheres que a praticam”.Ao nível da infertilidade, o médico lamentou a “imensa” lista de espera nos serviços públicos de saúde para estes tratamentos, ao contrário do que acontece nos privados. “É preciso explicar à população as vantagens em ser mãe mais cedo, nomeadamente antes dos 27 anos”, disse.Por último, Miguel Oliveira da Silva destaca a diminuição do número de abortos em Portugal em 2010, mas alerta que “podia ser maior”. “Precisamos de saber porque faltam as mulheres às consultas de planeamento familiar, após a interrupção da gravidez, e discutir se esta continua a ser paga ou sujeita a uma taxa de moderação”.

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