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Não há médicos de família porque a carreira não é atractiva

Opinião

Dr. Luís Marçal - Médico Clínica Geral

Escrever sobre a Medicina Familiar, estando fora do Serviço Nacional de Saúde, por opção própria desde Setembro de 2008 é difícil.A perspectiva é diferente, a procura é diferente as condições de trabalho são diferentes. Hoje, segundo a minha perspectiva, trabalho com uma qualidade que nunca pude atingir enquanto trabalhador do Centro de Saúde.A procura de consultas era imensa, as condições físicas do local de trabalho deploráveis (ainda se mantêm para o colega que lá trabalha), com placas de amianto no tecto (cancerígenas), sem aquecimento no Inverno nem arrefecimento no Verão, sem luminosidade nem arejamento; enfim, um crime para o médico e utentes.Estavamos nós, doentes e médico, condenados a suportar a tortura, que se agravava cada ano, com o envelhecimento do médico e população, que cada vez mais necessitava de cuidados médicos.Depois os sucessivos ministros/as com os seus passes mágicos, desconhecedores da realidade do país, com as Exclusividades, com os Projectos Alfa, com as Unidades de Saúde Familiar e quejandos que mais não fizeram que dividir e incompatibilizar médicos em prejuízo dos doentes. Hoje não há médicos de família porque a carreira não é atractiva quer em termos monetários quer profissionais; os senhores dos gabinetes provavelmente, tal como certo ministro, esperam nunca ter de ir a um SAP e o povo, esse, continua tal como há 40 anos.

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