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José António Russo

José António Russo

52 anos, engenheiro informático, Vila Franca de Xira

Eu só uso o carro em alguns momentos de lazer. Sempre que há uma oferta melhor em termos de transportes colectivos e ambientais prefiro-os. Para o trabalho vou todos os dias de comboio. Já me esqueci várias vezes do passe e a solução é falar com o revisor e pedir que ele seja compreensivo. Mas gosto de usar o comboio.

A crise já obriga a passar fome em casa?Felizmente ainda não porque estamos no activo e a trabalhar. Acredito que quem cair no desemprego tenha de começar a pensar se a gestão alimentar não tem de ser vista de outra maneira porque os tempos são de grande dificuldade. Por enquanto ainda não a sentimos. Era capaz de assaltar um banco para alimentar a família?(Risos) Acho que não, tenho muito respeito pela propriedade dos outros e embora os bancos tenham bastante acho que ainda assim não seria capaz de fazer isso. Preferia pedir a roubar. Os mais novos vão ter que voltar-se para o cultivo da terra?Acho que a terra e o mar são soluções que não podemos ignorar tendo em conta a onda de desemprego que se vive. Se esta geração vai voltar-se para o cultivo da terra ou contribuir para a gestão da mesma não sei. Mas a terra e a água são elementos que não devemos deixar passar ao lado. Aqui em Vila Franca de Xira, por exemplo, temos o rio. E falta-nos viver o rio. Dizemos que temos um Tejo, que gostávamos de estar virados para ele mas depois não lhe ligamos nenhuma. Não sei se esta tipologia de cidade com uma linha de comboio a separar-nos resulta bem mas a verdade é que não tiramos todo o partido que o rio nos podia dar. Vai deixar de andar de carro se a gasolina continuar a aumentar?Eu só uso o carro em alguns momentos de lazer. Sempre que há uma oferta melhor em termos de transportes colectivos e ambientais prefiro-os. Para o trabalho vou todos os dias de comboio. Já me esqueci várias vezes do passe e a solução é falar com o revisor e pedir que ele seja compreensivo. Mas gosto de usar o comboio.E se de repente alguém lhe desse uma revista pornográfica no comboio. Era capaz de a ler à frente dos outros passageiros?(Risos) Boa pergunta. Normalmente não critico as leituras dos outros. Se me dessem a revista eventualmente passaria os olhos para ver o conteúdo. Não teria preconceito em espreitar. Depois mandava-a provavelmente para a reciclagem. Ainda somos uma sociedade com muita vergonha e com alguns tabus sobre algumas matérias, especialmente no que diz respeito à sexualidade. Estas novas gerações têm tendência para deixar de ter essa vergonha mas a minha geração ainda tem um longo caminho a percorrer.
José António Russo

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