Um estudo realizado pela Escola de Natação da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, apresentado no XXXIV Congresso Técnico Científico da Associação Portuguesa de Técnicos de Natação / XI Congresso Ibérico, ficou classificado em segundo lugar na área de ensino. O reconhecimento dará a oportunidade à escola de ver publicado o estudo em revista da especialidade. O congresso decorreu a 30 de Abril e 1 de Maio de 2011 no Centro Cultural de Ílhavo. O evento, que conta já com 34 edições a nível nacional e 11 a nível ibérico, representa o expoente máximo no que diz respeito a formações no âmbito do treino, ensino e gestão de espaços aquáticos em Portugal e Espanha. O estudo, intitulado “Análise da adaptação ao meio aquático em espaços físicos com profundidades distintas”, que contou com o apoio e colaboração dos técnicos da escola na obtenção e recolha de dados para análise, foi elaborado por Miguel Franco (primeiro autor), Coordenador Técnico Pedagógico da escola, Paulo Cunha e Sofia Fonseca (segundos autores), ambos docentes da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.A Escola de Natação mostrou interesse em efectuar este trabalho há cinco anos por inerência das características da própria piscina municipal de Vila Franca de Xira, onde foi necessário adaptar a metodologia tradicionalmente utilizada em piscinas de pouca profundidade a uma piscina com profundidade mínima de 1,20 m no processo de ensino e adaptação ao meio aquático, em concreto para a faixa etária dos quatro aos seis anos de idade, quando os alunos se encontram numa fase inicial do processo de aprendizagem.Esta metodologia, que embora ainda pouco consensual mas defendida por grandes nomes na área da pedagogia e educação aquática (caso de Catteau e Garoff), assenta numa abordagem de ensino que “promove a aquisição das diferentes dimensões da adaptação ao meio aquático, em profundidade, conduzindo a um aumento do reportório motor do aluno, através da exploração do meio aquático, do domínio e conhecimento das propriedades físicas da água”.O objectivo deste estudo visou comparar e analisar em termos estatísticos esta metodologia, que suscita alguma controvérsia, face a uma outra tradicionalmente adoptada e aceite nesta fase inicial da aprendizagem, em que os alunos realizam todo o processo de adaptação ao meio aquático em pouca profundidade, ou seja, com pé. As principais conclusões do estudo indicam que quando comparadas as duas metodologias em termos estatísticos é possível verificar diferenças altamente significativas. Nos casos em que os alunos realizam todo o processo de aprendizagem em profundidade verificam-se índices de correcção e de evolução técnica mais elevados durante o período em análise. É de salientar ainda que os níveis de autonomia e confiança adquiridos por estes mesmos alunos são significativamente superiores.