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Pais têm de voltar a acreditar na agricultura para incentivar filhos a regressar à terra

Pais têm de voltar a acreditar na agricultura para incentivar filhos a regressar à terra

Presidente da AJAP defende o aproveitamento das terra que estão ao abandono
O presidente da Associação de Jovens Agricultores de Portugal (AJAP) defende que os pais devem incentivar os filhos a regressar à terra, desde que esta actividade seja dignificada e encarada como “uma solução de futuro”.Firmino Cordeiro, que comentava o facto de Portugal ser o país europeu com agricultores mais velhos e com menos jovens dedicados a esta actividade, avisou que “um sector que não se rejuvenesce é um sector que tendencialmente pode acabar” e apelou à dignificação da agricultura.Lembrou que para muitos jovens a terra está disponível por herança familiar, mas acrescentou que muitos pais não fazem essa transição por não sentirem que a agricultura tem futuro.“Os pais desacreditaram e aconselham os filhos a fazer outra opção de vida. Os mais velhos têm de acreditar, só assim podem dizer aos seus filhos para não abandonarem a actividade agrícola porque pode ser lucrativa, porque pode ser uma solução de futuro quando o desemprego está a aumentar noutras actividades”.O presidente da AJAP sublinhou que “há aqui uma área por explorar” desde que o país e os políticos acreditem no futuro desta actividade. “A classe política tem de dar sinais que há uma preocupação e encarar a agricultura como uma actividade estratégica, com medidas concertadas entre a ajuda europeia e a componente nacional”.O dirigente associativo adiantou que, em muitos casos, “os hiatos nos apoios são determinantes para o afastamento de muitos jovens”. Firmino Cordeiro considerou também essencial “haver dignidade nas reformas para os agricultores mais velhos” para que estes se sintam também “compensados por ceder a sua exploração”.O mesmo responsável declarou que os jovens que não são oriundos de famílias agrícolas devem ser também atraídos para o sector, reclamando a criação de um banco de terras. “Temos de aproveitar os terrenos que estão abandonados no país e muitos são do próprio Ministério da Agricultura”, salientou. Só no Alentejo existem 16 mil hectares de terras do Estado desaproveitadas.Firmino Cordeiro destacou ainda o papel da classe política na promoção da agricultura, congratulando-se com o facto do tema ter estado presente na agenda dos candidatos às legislativas, mas considerando que é preciso ir mais longe. “Fico satisfeito que os partidos falem cada vez mais na agricultura, embora os programas não estejam muito enriquecidos nas questões agrícolas”, afirmou.No entanto, “é quase contraditório o discurso dos políticos com o que se está a passar no terreno”, salientou o dirigente da AJAP, pedindo que se “passe à prática após o dia 5” e que haja mais pressão sob a União Europeia (UE). “É a UE que regulamenta o preço ao consumidor e para isso tem de compensar os agricultores. O preço a que hoje vendem as suas produções não é suficiente para suportar os encargos”, alertou.
Pais têm de voltar a acreditar na agricultura para incentivar filhos a regressar à terra

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