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Fusão dos concelhos da Barquinha e do Entroncamento só muito bem justificada

Se há quem tenha dúvidas sobre as vantagens de uma eventual fusão dos concelhos de Vila Nova da Barquinha e Entroncamento, já o mesmo não se passa em relação ao Festival de Teatro e Animação de Rua - Barquinha Non Stop, a realizar entre 10 e 13 de Junho. Mesmo assim há quem diga que as actividades inovadoras, criativas e surpreendentes, não deveriam afastar completamente de cena os espectáculos tradicionais.

António Constantino, 66 anos, presidente da Junta de V. N. Barquinha“As festas são um momento de reencontro para os naturais do concelho”é contra a fusão de concelhos e justifica. “Não são as autarquias locais que põem em causa a riqueza do país. Pelo contrário, são as entidades que melhor gerem o dinheiro público”, afirma. Para ele, antes de fazerem qualquer fusão deviam explicar-lhe o que fazem mais de 80 por cento dos Institutos que existem em Portugal, que orçamento é dispendido neles e qual o rendimento para o país que advém da sua existência. Aponta como pontos fortes do concelho o desenvolvimento turístico (muito em redor do Castelo de Almourol e da Igreja da Atalaia), a paisagem natural, um ambiente sustentável e a qualidade de vida. Em relação aos pontos fracos sublinha, em particular, a falta de indústria para gerar emprego. “As pessoas que vivem no nosso concelho ou são militares ou trabalham em outros concelhos”, sustenta. Em relação às festas, sublinha que se trata de um ponto de reencontro para muitas pessoas. “Para além de assinalar o dia do concelho, é das poucas coisas que consegue juntar pessoas naturais da terra que vivem fora, o que é bastante interessante”, refere. Do programa destaca o leque variado de artesanato que pode ser apreciado e comprado nas festas, os espectáculos de teatro que classifica como “extraordinários” e a alegria que se respira nas ruas, por estes dias, cheias de gente de dentro e fora do concelho. Tânia Serra, 32 anos, cabeleireira, Cardal (Moita do Norte) – V. N. Barquinha“Actuação de pelo menos um cantor popular trazia mais gente às festas”Tânia Serra gosta das festas de Vila Nova da Barquinha mas considera que devia existir um maior equilíbrio entre a vertente alternativa dos espectáculos apresentados e a popular. “Gosto do convívio, da sardinha assada e dos espectáculos mas também acho que se actuasse pelo menos um cantor popular poderia vir ainda mais gente ”, afirma a profissional de estética. Considera que um dos pontos mais fortes do concelho da Barquinha assenta na sua história e que o Barquinha Parque atrai muita gente à vila. “Quando vou a Congressos e digo que sou da Barquinha respondem-se logo que conhecem o parque ribeirinho”, exemplifica. Em relação a pontos fracos considera negativo o facto de se ter que deslocar a Torres Novas ou ao Entroncamento para ir a uma grande superfície comercial e que a existência destas infra-estruturas também seria benéfica uma vez que representavam a criação de mais postos de trabalho. Se fosse confrontada com a possibilidade do concelho de Vila Nova da Barquinha se vir a fundir com o Entroncamento responde que a sua opinião dependeria do que isso implicasse. “Se calhar os dois concelhos, só tinham a ganhar porque estão aos poucos a morrer mas para emitir uma opinião teria que ver quais as propostas concretas. Sabe, há muita gente que pensa que isto (Cardal- Moita do Norte) já é o Entroncamento”, remata.Filipa Gonçalves, 28 anos, professora de Matemática, V. N. Barquinha“O facto de as festas serem diferentes chama mais público”Se por um acaso Vila Nova da Barquinha se viesse a fundir com o concelho do Entroncamento, Filipa Gonçalves, professora, via nisso um conjunto de vantagens e desvantagens para analisar. “Se pensarmos que a Barquinha tem menos indústria e menos Serviços que o Entroncamento, seria bom porque com a fusão teríamos acesso a estas possibilidades”, considera, acrescentando que a desvantagem será sempre ao nível orçamental porque passando a Barquinha a ser uma freguesia viria menos dinheiro e consequentemente, menos desenvolvimento. Proprietária do centro de explicações “Academia Pitagórica”, Filipa Gonçalves aponta como pontos fortes do seu concelho o sossego, a segurança e a qualidade de vida, por exemplo, a nível habitacional. “O grande ponto fraco é o facto de não termos muita indústria e a maior parte da população ter que ir trabalhar em outros municípios, o que acaba por levar a riqueza para esses lados”, contrapõe. Em relação às festas diz que estão “muito diferentes” daquelas a que ia quando era mais nova. “Acho que são importantes para dar alguma visibilidade a empresas que ali estão expostas em stands e também às tradições do concelho como é o caso do Festival de Folclore”, refere.Dionísio Galinha, 40 anos, empresário, Cardal (Moita do Norte) – V. N.Barquinha Barquinha Parque é palco de excelência para as FestasTem dúvidas sobre a fusão entre concelhos mas é totalmente a favor da medida aplicada às freguesias. Dionísio Galinha diz que tem que formar melhor a sua opinião em relação a este assunto mas, por exemplo, se a proposta fosse fundir a freguesia de Atalaia com Moita do Norte tinha o seu aval. Como pontos fortes no concelho o proprietário da “Galilux” tem a assinalar o desenvolvimento obtido com a realização de obras públicas e também de serviços que foram colocados ao dispor da população, como é o caso da Loja do Cidadão. Como pontos fracos reporta-se ao fraco desenvolvimento do comércio e indústria. “As pessoas compram casa nas freguesias limítrofes como, por exemplo, no Cardal ou na Atalaia, e só vêm cá dormir porque trabalham e passam o dia em outros locais”, sustenta. Gosta das Festas da Barquinha até pelo espaço agradável em que se decorre, o Barquinha Parque. “Se tentássemos fazer o mesmo noutra terra qualquer o resultado não era o mesmo porque não existiam estas condições”, aponta o empresário, acrescentando que as festas permitem que se encontre com amigos e conhecidos. Nuno Gomes, 42 anos, engenheiro e professor, V. N. Barquinha“Devia existir um equilíbrio maior entre o moderno e o tradicional”Considera que se Vila Nova da Barquinha se viesse a fundir com o município do Entroncamento lhe iria custar mas reconhece as vantagens que desta situação poderiam advir. “Em termos administrativos do país penso que é benéfico acontecer essa fusão porque significa uma grande redução de despesa pública”, opina o nosso interlocutor, gerente da empresa Hipercalculo na Barquinha. Nuno Gomes aponta como pontes fortes da Barquinha a tranquilidade, o acesso fácil a alguns serviços e o facto de ser um local aprazível para viver. Em termos de desvantagens, sublinha a falta de uma grande superfície comercial para evitar deslocações a outros concelhos sempre que tem que fazer compras maiores. Em relação às festas da Barquinha sublinha que gostava quando estas tinham uma vertente mais tradicional. “Alguns espectáculos são engraçados mas outros nem por isso. Se calhar devia existir um equilíbrio maior entre o que é moderno e o que era tradicional e que ainda é apreciado por muitos que visitam as festas”, considera.

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