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Crónica de uma derrota anunciada

Crónica de uma derrota anunciada

Socialistas já previam desaire eleitoral e só quatro militantes apareceram na sede distrital
Parece que os socialistas do distrito de Santarém já adivinhavam a derrota neste círculo eleitoral e no território nacional nestas eleições legislativas. A sede distrital, em Santarém, só abriu poucos minutos antes do encerramento das urnas e na sala quase havia mais televisões que pessoas. Apareceram quatro militantes e de candidatos apenas um, o décimo da lista, Ricardo Segurado. O cabeça de lista e ministro da Agricultura e a secretária de Estado da Reabilitação, Idália Serrão, segunda da lista, estavam em Lisboa a consolar o líder do partido, José Sócrates. Não havia bandeiras nem sinal nenhum de que pudesse haver festa, apenas uns sacos à entrada com o material que restou da campanha eleitoral. Os militantes mostravam-se conformados assim que começaram surgir nos ecrãs da televisão os primeiros resultados. Ricardo Segurado começou por felicitar os que exerceram o direito de voto e saudou os vencedores. Depois disse que os resultados não eram aqueles que esperavam. Sublinhou que vai haver um plenário da federação distrital do PS para discutir os resultados eleitorais e analisar o que foi feito durante a campanha e traçar já caminhos para o futuro.Ricardo Segurado diz que o partido tem que se preparar para ser oposição. E assumiu que ao longo da campanha eleitoral começou a surgir, “ao contrário do que seria expectável, algum sentimento de derrota”. Sobre o facto de só estarem quatro militantes na sede, justificou que “esta sede regra geral não é de grande participação em noites eleitorais”. Questionado sobre a possibilidade do presidente da federação, Paulo Fonseca, se demitir, disse que se espera por uma tomada de posição deste no plenário que vai ocorrer e o que irá fazer a federação. Mas garantiu que “estaremos todos disponíveis para colaborar e trabalhar para o PS na tentativa do partido ser uma força construtiva e que possa dar soluções para o futuro”. Quando José Sócrates começou a fazer a sua declaração em Lisboa, já a sede do PS de Santarém tinha a porta fechada e as luzes apagadas. Na rua, no centro histórico da cidade, estava um militante, o chefe de gabinete do Governo Civil de Santarém, com um aparelho colado ao ouvido a escutar as palavras do demissionário secretário-geral do PS. Os outros foram digerir a derrota para outro lado.
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