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Dionísio Cordeiro

Dionísio Cordeiro

62 anos, Santarém, Gerente da Dijocarros

Nasceu no dia 21 de Dezembro de 1948 em Pombal. Tinha seis anos quando veio morar com os cinco irmãos para a Portela das Padeiras, periferia de Santarém. Começou a trabalhar aos 13 anos como bate chapas. Hoje é proprietário da empresa Dijocarros, localizada em Perofilho. Nunca se deixa abater pelos problemas e dá sempre a volta por cima. Nos tempos livres dedica-se à jardinagem e gosta de estar com a família e os amigos.

Aos 13 anos fui aprender o ofício de bate chapas. Os meus pais não tinham dinheiro para colocar os seis filhos a estudar por isso, depois de tirarmos a quarta classe, íamos aprender uma profissão. O meu pai costumava dizer: “quem tem uma profissão tem sempre uma enxada na mão”. O que ele fez resultou porque cada um de nós seguiu o seu caminho e hoje vivemos todos relativamente bem. Sinto falta de não ter estudado, mas não poderia ter sido de outra maneira porque a vida era muito difícil. Não me livrei da guerra do Ultramar. Tinha 19 anos quando fui para a tropa. Fui para Angola em Dezembro de 1969 onde estive durante 26 meses. Trabalhei lá como bate chapas e consegui juntar dinheiro para vir passar umas férias a Portugal. Também tirei lá a carta aos 21 anos. A minha mãe não ma tinha deixado tirar em Portugal quando fiz 18 anos porque dizia que eu era muito novo. Não tenho saudades da tropa mas tenho saudades de todas as experiências que vivi nessa altura com os meus companheiros. Todos os anos nos reunimos para relembrar os anos que passamos juntos. Eu era um engenhocas. Depois de sair do trabalho continuava a reparar coisas até à meia-noite. O meu pai tinha um motor de rega e o meu irmão mais velho era mecânico e tinha uma motorizada. Eu comecei a interessar-me também por tudo o que dizia respeito à mecânica. O meu desejo sempre foi arranjar, comprar e vender carros. Nunca me contentei com o que tinha. Sempre fui muito ambicioso. Nunca ninguém me deu nada. O que tenho ganhei-o eu. O meu ex-patrão disse-me que eu era um dos trabalhadores mais bem pagos do distrito de Santarém mas o meu desejo sempre foi o de abrir um negócio próprio. Aos 32 anos abri uma oficina na Portela das Padeiras, Santarém. Depois mudei-me, há 16 anos, para Perofilho, onde instalei a Dijocarros. Durante 10 anos ainda fui perito de seguros, o que me permitiu acumular mais experiência. Para mim o trabalho está sempre primeiro. Só com muito trabalho e dedicação é que tenho conseguido levar a minha empresa a bom porto. Nunca gostei do que é fácil. Também não gosto de estar parado, estou sempre a investir. Passo muitas noites sem dormir, a pensar como é que vou resolver alguns problemas. Orgulho-me de sermos a única empresa de Santarém certificada pela SGS, Centro de Saragoça. Em relação aos meus clientes, tento sempre que saiam satisfeitos, mas se houver alguma inconformidade, procuro resolvê-la de imediato.Nos meus tempos livres dedico-me à jardinagem. Tenho uma casa em Perofilho e outra em Santarém e como não tenho jardineiros, eu é que costumo tratar dos jardins. Aos fins de semana também sou muito solicitado pela família e amigos. Gosto de ficar até mais tarde na cama ao sábado e ao domingo para descansar. Existem fases para tudo e neste momento procuro levar uma vida mais calma.Gosto muito da honestidade. Tento sempre estimar e tratar bem todos aqueles que me rodeiam mas às vezes apanho algumas desilusões. Mesmo assim considero-me uma pessoa com sorte porque tenho muitos amigos. E sempre que tenho algum problema, o meu lema é dar a volta por cima e seguir em frente.Eduarda Sousa
Dionísio Cordeiro

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