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Joaquim Veríssimo Serrão é o primeiro professor Honoris Causa

O professor e historiador Joaquim Veríssimo Serrão foi homenageado pelo Instituto Politécnico de Santarém (IPS) com a atribuição do título de Professor Honoris Causa durante a sessão solene de comemoração 31.º aniversário do estabelecimento de ensino superior realizada na manhã de terça-feira, 14 de Junho, no auditório da Escola Superior de Saúde de Santarém.Uma plateia repleta de personalidades assistiu à homenagem aquele que foi o primeiro presidente do IPS. Não faltaram familiares de Veríssimo Serrão na cerimónia, a juntar a autarcas, docentes e ex-docentes, responsáveis de escolas, entre muitas outras individualidades.O historiador emocionou-se quando falou de Santarém, da família, dos amigos, da morte agora que já conta quase 86 anos de vida. Mas também gracejou quando se lembrou de um antigo ministro, de apelido Seabra, que o demitiu do IPS devido a palavras menos generosas que proferiu. “Foi para o Brasil, morreu e que descanse em paz”, referiu, arrancando risos dos presentes.Para Veríssimo Serrão as primeiras gotas lançadas por si em 1980 que ajudaram a formar IPS são agora um vasto oceano, tal a dimensão que o instituto tomou. “Tudo isto graças ao professor Jorge Justino. Gostava que se criasse um dia um instituto universitário com sede em Santarém a representar toda a região, como foi no século XIX com alguns cursos de medicina. Merece nascer aqui um instituto universitário, temos mais tradição que a Covilhã, e não gostava de morrer sem que isso fosse possível”, afirmou.Jorge Justino, presidente do IPS, não poupou nos elogios ao homenageado. “Joaquim Veríssimo Serrão representa muito para o IPS. Além de seu primeiro presidente, tem valorizado e apoiado a instituição. Santarém muito lhe deve pela individualidade que representa bem nacional e internacionalmente a sua terra. Estamos gratos por tudo o que fez por Santarém, daí esta homenagem ser justíssima a um homem da ciência, de valor e pelo país”, referiu o presidente do IPS durante o discurso. Quanto ao desejo mais profundo do historiador, Jorge Justino diz que tal não depende de si mas de vários factores e também da vontade política dos governantes.O historiador completa 86 anos a 8 de Julho e foi o primeiro presidente do IPS, em 1980. É professor catedrático jubilado da Universidade de Lisboa, foi director do Centro Cultural Português da Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris, e presidente da Academia Portuguesa de História durante 30 anos. Está prestes a editar a 19.ª História de Portugal.O docente e amigo Martinho Vicente Rodrigues sublinhou as qualidades pessoais e o vasto currículo do historiador. Preside ao Centro de Investigação Joaquim Veríssimo Serrão em Santarém, que vai acolher, na Casa de Portugal (antigo presídio militar), os mais de 30 mil volumes doados pelo historiador da sua biblioteca pessoal, com o objectivo de abrir campo à investigação na área das ciências sociais, no seguimento de protocolo assinado com a autarquia scalabitana. Filho de comerciantes, nascido em Tremês, Santarém, Joaquim Veríssimo Serrão, lembrou durante a sessão que os seus avós não sabiam ler nem escrever, que teve um avô carpinteiro, e que comprou em devido tempo o jazigo onde quer ser sepultado ao lado dos seus pais. “Mas cada vez que falo com o meu médico e amigo José Manuel Nogueira diz sempre que estou bom e vou durar até aos 120 anos”, gracejou Veríssimo Serrão.

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