Uma comitiva de empresários brasileiros e moçambicanos esteve de passagem pelo distrito de Santarém, a convite da associação empresarial Nersant, para analisar possibilidades de negócio. O MIRANTE ouviu algumas das pessoas que percorreram a região e que se manifestaram surpreendidas pela dimensão da 48.ª Feira Nacional da Agricultura/58.ª Feira do Ribatejo, assim como pelo “peso” da história portuguesa, que sentiram ao passar por alguns municípios, como a Golegã.Na quarta-feira, 8 de Junho, o deputado do Estado de Goiás (Brasil), Wagner Siqueira, deu uma pequena conferência sobre as características da agricultura brasileira e a legislação existente em torno da defesa ambiental e produção agrícola. Após a sessão, comentou a O MIRANTE a paixão pela história de Portugal e o desejo de visitar em Santarém o túmulo de Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil, assim como Lisboa. Na curta visita que então a comitiva brasileira de 20 empresários havia realizado já pela região “vimos muitas grandes oportunidades e preços muito mais acessíveis”. O intuito, esclareceu, foi criar interligações entre os dois países e crescer, aproveitando as oportunidades ainda por explorar do mercado. Um comentário semelhante veio de Francisco Júnior, também deputado estadual de Goiás, lembrando que a última vez que visitou o país foi há 10 anos, em passeio. “Na minha passagem por Santarém visitei o túmulo de Pedro Álvares Cabral que me deixou muito emocionado”.O deputado indicou a carne e os biocombustíveis, como o etanol, como potencialidades empresariais a desenvolver entre Portugal e o Brasil. Procurando-se acima de tudo a partilha de informação, porque “as oportunidades são diversas”. Já Mozart Carvalho de Assis, da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás, manifestou-se impressionado com a dimensão da 48.ª Feira Nacional da Agricultura/58.ª Feira do Ribatejo. “É grandiosa. No nosso país existem feiras, mas regionais. Aqui parece-me uma feira nacional de agricultura. Lá as feiras são mais sectorizadas”.Como “na prática a teoria é outra”, o representante veio conhecer de perto o que Portugal e a região de Santarém têm para oferecer. O que viu nos primeiros dias cativou-o. “O povo cultiva muito a história. Na minha região a história é pequena. Aqui as pessoas têm isso, uma cultura forte, desenvolvida. Visitei a Golegã, há ali uma história relacionada com os cavalos. As pessoas são apaixonadas por isso”, comentou. Moçambicanos maravilhadosJá da parte da delegação moçambicana, sem desejarem avançar muitos pormenores da visita, realçou-se a diversidade produtiva da região e as temperaturas amenas vividas por esta época em Portugal, semelhantes a um Inverno africano. O objectivo da viagem foi “viver um pouco a experiência de Portugal nesta componente de protecção do ambiente, produção agrícola e também mostrar e colocar para conhecimento dos portugueses o que são as potencialidades da província de Sofala”, explicou José Ferreira, director provincial da Indústria e Comércio de Sofala. Com pai natural de Castelo Branco, o representante afirmou sentir-se em casa.Prakah Prehlad, presidente da Associação Comercial da Beira, salientou a riqueza da região de Santarém. “Tem tudo para interagir e para fazermos parcerias, de forma a que possam acontecer alguns investimentos e que possamos atrair investimentos para a nossa região”. Do sector empresarial português viu “agressividade” e uma vontade muito forte de internacionalizar empresas. Factor que pode gerar oportunidades em tempo de crise, comentou. Pela primeira vez em Portugal, Prakah Prehlad manifestou-se surpreso com o certame. “Estamos maravilhados. É uma feira muito concorrida, nunca tínhamos imaginado que tivesse tanta afluência”.