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Paulo Fonseca coloca lugar de presidente da distrital do PS à disposição

Paulo Fonseca coloca lugar de presidente da distrital do PS à disposição

Plenário de socialistas analisa a derrota e a interferência de Sócrates na lista às legislativas por Santarém

Presidente da distrital do PS reafirma que não gostou do que se passou na constituição da lista às legislativas por Santarém e esse é um dos motivos para deixar nas mãos dos militantes o futuro da liderança do partido.

O presidente da Federação Distrital de Santarém do PS, Paulo Fonseca, vai colocar o lugar à disposição dos militantes num plenário marcado para quarta-feira, 15 de Junho (depois do fecho desta edição), em Santarém. Na base da decisão estão as interferências na elaboração da lista de candidatos pelo distrito às eleições legislativas de dia 5, mas também os maus resultados verificados em que o partido perdeu um deputado, passando de quatro para três. No concelho de Ourém, onde Paulo Fonseca é presidente da câmara municipal, o PS teve a maior derrota da região, ficando inclusivamente atrás do CDS. Nesse concelho o PSD obteve 61,31 por cento dos votos, o CDS-PP 13,33% e o PS 12,87%. Paulo Fonseca disse a O MIRANTE que vai fazer aquilo que já tinha avisado numa carta aos militantes antes das eleições, confirmando que a lista não foi feita como ele gostava. No final de Abril o líder comunicou que estava disponível para se demitir a seguir às eleições porque a comissão política distrital lhe tinha dado carta branca para fazer a lista mas teve que aceitar a inclusão, no terceiro lugar, do professor universitário João Galamba, que não tem ligações ao distrito, por imposição do agora demissionário secretário-geral do PS e primeiro ministro, José Sócrates. Nas eleições de 2009 foi também a imposição de Galamba por parte de Sócrates que caiu mal aos militantes do distrito. Além da continuidade de Paulo Fonseca à frente da distrital, os militantes vão discutir a forma como decorreu a campanha eleitoral e os resultados que deram a vitória ao PSD a nível nacional. Durante a campanha ouviram-se algumas críticas à falta de mobilização dos militantes, sendo que o cabeça de lista António Serrano chegou a andar em iniciativas acompanhado por apenas duas ou três pessoas. Confrontado com este facto, Paulo Fonseca, diz que “há sempre quem se empenhe mais e quem se empenhe menos, suponho que nos outros partidos aconteça o mesmo”. A continuidade de Paulo Fonseca divide opiniões entre históricos do partido. António Rodrigues, presidente da Câmara de Torres Novas que já foi presidente da distrital, entende que o actual líder deve continuar porque “foi eleito há pouco tempo e não devemos andar a brincar às eleições”. O autarca realça que a derrota do PS no distrito acompanhou a tendência nacional e que não é exclusiva responsabilidade de Fonseca. Por seu lado, o ex-presidente da Câmara de Abrantes, Nelson Carvalho, que já foi candidato derrotado à distrital, até pode concordar que o actual líder não seja o culpado, mas entende que o PS precisa de “ser renovado, de encontrar outras políticas e outras práticas”. António Rodrigues descarta a hipótese de ser candidato à distrital caso Paulo Fonseca saia do cargo esta quarta-feira. Carvalho diz que “não tinha equacionado essa hipótese”, mas admite que já houve “pessoas que me falaram no assunto”. O ex-presidente da Câmara de Abrantes prefere esperar para ver o que vai dar a assembleia de militantes. Nelson Carvalho considera que Paulo Fonseca precisa de se afirmar como presidente da Câmara de Ourém, deixando assim o caminho livre para outra liderança dos socialistas da região. Ambos estão de acordo que houve opções discutíveis nestas eleições. “Não achei que tivesse corrido bem a definição da lista”, diz Rodrigues acrescentando que não faz sentido a federação distrital ter que aguentar com as vontades de Lisboa. “É lamentável que não haja ninguém de Santarém a representar o distrito do parlamento”. Já Nelson Carvalho realça que “os resultados no distrito foram tão maus que se impõe uma reflexão profunda”.
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