Touros da Ganadaria Palha são sucesso fora de portas apesar da crise
Mercado português representa uma pequena parte das vendas da ganadaria de Samora Correia
Actualmente a ganadaria possui cerca de mil cabeças de gado, o que permite gerar entre 70 a 80 novilhos por ano.
A crise económica está a afectar o mundo taurino espanhol e a prejudicar também os portugueses que trabalham com aquele mercado, como é o caso da histórica Ganadaria Palha, a mais emblemática marca portuguesa deste tipo.“Em França [o mercado] até está estável”, mas a “Espanha desceu muito com a crise que se instalou, reduziu enormemente as festas que haviam e estão a dar-se metade dos espectáculos que se davam há sete ou oito anos ”, disse João Folque, responsável pela ganadaria.Esta semana seis touros da ganadaria portuguesa participam numa das corridas das festas religiosas do Pentecostes, em França, um mercado fora de portas que tem sido fiel à raça Palha. Com preços a rondar entre os dois mil e os quinze mil por animal, “dependendo da praça”, os tempos de crise também afectam o mundo taurino, sobretudo nos dois países que constituem 95 por cento do mercado da Herdade da Adema, freguesia de Samora Correia, concelho de Benavente.“Em termos de dinheiro é um negócio extremamente difícil de equilibrar contas. Neste momento posso dizer que tenho uma exploração que é rentável, mas devo ser dos poucos casos que existem”, adiantou o promotor taurino.Quanto ao mercado português, que representa uma pequena parte das vendas da ganadaria, o responsável considera que tem melhorado nos últimos anos graças ao aumento de interesse por parte da população e da reabertura da praça do Campo Pequeno.As inúmeras tardes de glória no mundo taurino fazem dos touros da Ganadaria Palha os ‘actores’ de topo em Portugal e em muitas praças internacionais. A 4 de Setembro de 1854 subiu à praça do Campo de Santana, em Lisboa, o primeiro touro criado na Ganadaria Palha, fundada em 1848.A história desta ganadaria começa em 1848 quando António José Palha adquiriu animais oriundos da “vacada real” do rei D. Miguel, que mais tarde foram cruzadas com sementais espanhóis. Em 1883 dá-se a primeira internacionalização de um animal da ganadaria. A presença assídua de touros nas principais feiras taurinas espanholas remonta a esse ano e hoje são frequentemente solicitados para as praças de Madrid, Bilbao, Sevilha e Pamplona.O actual proprietário, João Folque, tetraneto do primeiro dono, já perdeu a conta aos prémios atribuídos aos animais criados nos 750 hectares da herdade. Segundo o responsável, a ganadaria “deve ter lidado mais de 2500 corridas” desde a sua fundação, tornando-se numa marca reconhecida “que se identifica muito com o tipo de toiro, forte, agressivo, que não facilita a vida aos toureiros mas que sobretudo dá espectáculo”.Actualmente a ganadaria possui cerca de mil cabeças de gado, o que permite gerar entre 70 a 80 novilhos por ano. Ao atingir os quatro anos de idade, os animais estão no início da sua vida adulta, atingindo cerca de 500 quilos e prontos para avançar para as praças.
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