uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Exaltante Manuel Serra d’Aire

O presidente da Câmara de Santarém disse numa entrevista que teve de defrontar um bando de assaltantes à mão armada quando chegou à autarquia, o que dá bem ideia da espinhosa missão com que se confrontam os nossos autarcas no seu dia a dia. Arriscar a pele perante tão refinados facínoras a troco de pouco mais de 500 contos por mês é coisa que poucos teriam coragem para fazer. Mas Moita Flores teve e ainda faz mais: deu uma medalha a José Sócrates. É preciso dizer as coisas com frontalidade: os nossos autarcas são mal pagos, não ganham para os riscos que correm nem para os enxovalhos com que injustamente são confrontados. Só não sei porque se metem nisso e porque razão têm tão pouca vontade em sair dessa actividade. Será masoquismo?Ainda na semana passada o presidente da Câmara do Cartaxo, Paulo Caldas (PS) esteve perante uma turba que o apupou por causa do aumento do preço da água. Da água, vê lá tu!! Logo no Cartaxo. Se fosse um aumento do preço do vinho, compreendia-se a fúria. Há bens de primeira necessidade que devem ter um preço social. Agora a água? Uma coisa que até cai do céu, como tu bem dizias no teu último e-mail... Já todos vimos chover a cântaros e a potes, mas já alguém viu chover a bilhas?Outro exemplo de abnegação em prol da causa pública foi dado pelo vice-presidente da Câmara de Rio Maior. Aliás esta semana os autarcas saem de papinho cheio. Carlos Frazão foi a Itália receber as medalhas que os pobres produtores de vinho do concelho ganharam num concurso e não sabiam como resgatar, porque as viagens estão caras e a campanha deste ano não é famosa. E mesmo que os vitivinicultores fossem alimentar-se só de pizza e macarrão a coisa ia ficar numa nota preta. Há que enaltecer pois, mais uma vez, o espírito de missão que os nossos autarcas fazem questão de demonstrar, assumindo-se como réplicas de fato e gravata da saudosa e despojada Madre Teresa de Calcutá. Querer acabar com municípios no nosso país é querer cortar esta veia solidária e altruísta que ainda vai dando vida a Portugal. Deviam era multiplicar os municípios e os autarcas que tanto nos dão a bem da Nação. Bem haja tão nobre estirpe.E por falar em nobreza, não podia deixar passar em claro o trabalho que o ex-secretário de Estado das Florestas Rui Barreiro deixou feito e que deu frutos já depois de ter saído do Governo, para imensa desdita da nossa pobre Pátria. Para além da reabertura da caça ao melro - decisão estratégica de grande alcance que só daqui a séculos terá o devido reconhecimento por parte de um povo que teima em viver nas trevas - Barreiro retirou finalmente os funcionários do Ministério da Agricultura que estavam instalados há décadas num pardieiro em Santarém, onde até chovia lá dentro, e acomodou-os no CNEMA. Faz todo o sentido. Afinal é ali que se realiza a Feira Nacional de Agricultura e não há nada como uma política de proximidade para ver as coisas darem frutos. Um repolho e uma beterraba do Serafim das Neves

Mais Notícias

    A carregar...