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Carlos Esteves

Carlos Esteves

28 anos, empresário, Santarém

Nasceu no dia 11 de Novembro de 1982 em Santarém. Desde pequeno lutou sempre muito pela sua independência. Enquanto estudante, nas férias grandes, a trabalhar no campo. O gosto pela agricultura levou-o a sair de casa dos pais aos 17 anos para tirar um curso de gestão agrícola em Abrantes. Dedica-se agora à empresa de imobiliário que criou, Oferta da Terra. Embora não goste muito de desporto, obriga-se a praticar algum, com regularidade. Os tempos livres são passados na companhia dos amigos, da esposa e do filho.

Uma vizinha chamava-me o “terror da praceta”. Cresci no Bairro dos Leões, em Santarém, e costumava brincar com os meus amigos na rua sempre que podia. Era um miúdo muito irrequieto, estava sempre pronto para os disparates, mas nunca dei problemas de maior aos meus pais. Lembro-me de brincar com uns canudos, onde se metiam objectos que depois eram soprados. Tinha uma vizinha que costumava estar à janela com uma máscara na pele e eu estava sempre a atirar canudos. Ela fartava-se de ralhar comigo mas hoje em dia é minha cliente. Passava os Verões a trabalhar nas campanhas agrícolas. Como tenha mais quatro irmãos, precisava de ganhar algum dinheiro para poder comprar as minhas coisas. Fazia vindimas, andava na apanha do tomate e tudo o mais que surgisse. Nunca tive medo de trabalhar e procurei sempre a minha independência embora em casa nunca me faltasse nada. Saí de casa pela primeira vez aos 17 anos para tirar um curso técnico de Gestão Agrícola. Depois de fazer o 9º ano fui para a Escola Profissional de Desenvolvimento Rural, nas Mouriscas, concelho de Abrantes. No primeiro ano estive no internato que pertencia à escola e depois nos outros dois anos partilhava uma casa com colegas de escola. Foi uma experiência muito boa porque me permitiu ganhar responsabilidade, crescer como pessoa e tornar-me autónomo. Tinha 20 anos quando terminei o curso e fiz uma seara agrícola com um amigo para ganharmos dinheiro para passar umas boas férias nesse Verão. Trabalhei numa empresa que me obrigava a levantar às cinco da manhã. Foi depois de uma campanha no laboratório da Compal. Quando chegava a casa, por volta das 19h00, deitava-me logo. Foi muito duro porque só trabalhava e dormia praticamente. Saí porque não era aquilo o que eu queria. Mas ganhei estofo. Se alguns pensam que trabalhar com os pais é uma forma de encosto, para mim foi o contrário. Trabalhei com o meu pai na área das vedações e deu-me muito gozo porque queria mostrar que era capaz. Penso que cumpri a minha missão. Depois decidi sair porque tinha outras ambições e perspectivas de carreira. Sei que hoje se orgulha do filho que tem, apesar de na altura ter ficado triste. Despedi-me de uma empresa do ramo imobiliário porque baixaram os salários aos empregados. Comecei a trabalhar como consultor imobiliário e ao fim de um ano era director comercial. Quando baixaram as remunerações dos comerciais resolvi despedir-me porque não poderia continuar a fazer um bom trabalho com empregados desmotivados. Não tinha grandes encargos na altura e sempre pensei que não teria dificuldades em arranjar emprego. Decidi abrir a imobiliária Oferta da Terra com mais um sócio. Não é preciso ter o “dê erre” de doutor atrás do nome para se ganhar dinheiro. O importante é trabalhar bastante para conquistar a credibilidade na praça. Já pensei em tirar uma licenciatura em economia ou gestão de empresas para melhorar alguns conhecimentos, embora não ache que seja imprescindível. Se tivesse um curso provavelmente não cometeria alguns dos erros que já cometi.O desporto é um sacrifício. Quando era mais novo joguei futebol, râguebi e natação. Depois parei aos 18 anos e agora regressei novamente porque tenho tendência para engordar e preocupo-me com a minha saúde. Mal saio do trabalho costumo ir correr ou andar de bicicleta, mas se pudesse ia direitinho a casa para passar mais tempo com o meu filho e esposa. Sou ainda caçador e aos fins-de-semana gosto de praticar desportos náuticos. Na última passagem de ano apostei que deixava de fumar e ganhei a aposta. Foi um jantar de marisco. Comecei a fumar desde muito jovem e no último ano já fumava dois maços por dia. Não foi fácil, largar o tabaco principalmente porque comecei logo a aumentar de peso. Noto uma diferença enorme na carteira, no paladar e na respiração.Eduarda Sousa
Carlos Esteves

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