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António Augusto Trindade

António Augusto Trindade

68 anos, reformado, Benavente

“Quem manda lá em casa, nas coisas do dia-a-dia, é a minha mulher. Quando se trata de resolver um problema maior somos nós os dois. Não tenho complexo por isso. Não me custa ir buscar uma botija de gás ou ir ao supermercado comprar alguma coisa quando é preciso. Mas quando vou a algum lado também gosto de ser atendido por uma mulher (risos). Nunca fui conquistador. Às vezes em conversa entre amigos damos umas piadas e observamos as mulheres mas é na brincadeira. Elas fazem o mesmo. Quando estão juntas miram os homens. Têm o mesmo direito”.

O que faz quando passa por uma jovem bonita na rua?Miro-a de alto a baixo (risos). Quando era novo era um homem de bailes, andava sempre aqui e ali. Cheguei a pensar que nunca perdia o gosto pelos bailes mas esse sentimento foi-se embora com o tempo. A idade não perdoa. Mas ganhei outras virtudes, como o gosto ao trabalho. Custa-me ver a malta nova que tem dificuldades em arranjar emprego. Diz-se que há muita gente que não quer trabalhar e até acredito. Mas é verdade que também há muita gente que quer trabalhar e não encontra. Isto está mau e cada vez vai ficar pior.Os próximos anos vão ser difíceis?Eu temo imenso pelo futuro até porque fui sempre, mesmo antes do 25 de Abril, de esquerda e estou a ver que as coisas estão a caminhar dia-a-dia para a direita, que nunca quis nada com os trabalhadores e com os pobres. Só os querem explorar e viver à conta deles. Nunca tive complexo de dizer ao meu patrão que defendia o capital, que eu era comunista. Ele reagiu bem. Disse-me que se estivesse no meu lugar também seria (risos).Quem manda lá em casa?Quem manda lá em casa, nas coisas do dia-a-dia, é a minha mulher. Quando se trata de resolver um problema maior somos nós os dois. Não tenho complexo por isso. Não me custa ir buscar uma botija de gás ou ir ao supermercado comprar alguma coisa quando é preciso. Mas quando vou a algum lado também gosto de ser atendido por uma mulher (risos). Nunca fui conquistador. Às vezes em conversa entre amigos damos umas piadas e observamos as mulheres mas é na brincadeira. Elas fazem o mesmo. Quando estão juntas miram os homens. Têm o mesmo direito.Se lhe roubassem tudo, até a roupa, era capaz de correr nu pela rua para pedir ajuda?(Risos) Que remédio teria… Correria à frente de toda a gente sem vergonha de estar nu. Vergonha teria se fosse à praia e ao entrar na areia fosse o mais branquinho dos veraneantes. Entrava numa arena para salvar um camarada?Entrava sim e enfrentava o toiro se fosse alguém de quem eu gostasse muito. Assim a porrada seria dividida por dois para não custar tanto. Sou um aficionado e gosto da festa.
António Augusto Trindade

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