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A açoriana da África do Sul que foi cantora dos Charruas antes de ser fadista

A açoriana da África do Sul que foi cantora dos Charruas antes de ser fadista

Kátia Guerreiro contou como surgiu a sua ligação ao Cartaxo quando estudava medicina
Qual a ligação da fadista Kátia Guerreiro ao Cartaxo? A música, pois claro. Tudo aconteceu num casamento nos Açores, em Ponta Delgada, em 1995. Durante a festa a jovem, que vivem nos Açores, cantou algumas músicas tradicionais com o seu irmão. Entre os convidados estava o seu primo João Magalhães e o amigo João Batista, do Cartaxo, vocalista e baterista de um grupo musical chamado “Charruas” que tinha tido algum sucesso nos anos sessenta e que tinha voltado a reunir-se para matar saudades. “O João Batista tinha a harmónica no bolso, o João Magalhães tinha levado a viola e começaram a tocar. Foi uma animação”, contou a fadista na tertúlia que o actor José Raposo realiza todos os últimos domingos de cada mês no café do Centro Cultural do Cartaxo, denominada “José Raposo convida”.Algum tempo depois, Kátia Guerreiro que estudava medicina em Lisboa recebeu um convite do elemento dos Charruas para ir ao Cartaxo aos ensaios do grupo. Foi, gostou e voltou mais vezes. Dos ensaios passou ao palco. Os Charruas eram formados por estudantes da antiga Escola de Regentes Agrícolas de Santarém, entre os quais o músico cabo-verdiano Dany Silva. Foi por isso natural que no seu regresso aos palcos, trinta anos depois, tenham sido convidados para tocar num baile de finalistas da escola, que agora ostenta o nome de Escola Superior Agrária de Santarém. A jovem cantora também foi. “Era para cantar só duas músicas mas acabei por cantar mais. O tempo passou, fui ficando e acompanhei-os em dezenas de espectáculos”, recorda. Para além dos espectáculos Kátia Guerreiro também participou nas gravações com que o grupo assinalou o seu regresso à música. Mas o seu destino não era o rock mas o fado. Em Lisboa começou a cantar a canção nacional e a 6 de Outubro de 2000, no dia em que terminou o curso de medicina, recebeu um convite do fadista João Braga para participar num concerto de homenagem a Amália Rodrigues, no Coliseu de Lisboa. Parecia um bom cartão de visita mas não foi. Pelo menos para o mercado nacional. Como a maioria das fadistas teve que fazer muitos espectáculos no estrangeiro até entrar no mercado nacional. Kátia Guerreiro confessa-se uma apaixonada pelo Cartaxo e diz que regressa sempre que pode. “A minha família e amigos que tenho no Cartaxo fazem parte da minha vida e são pessoas com quem gosto de estar e de partilhar as coisas que faço”, explicou durante a tertúlia. Sentada na primeira fila, Amália e o marido são presença assídua nos espectáculos de Kátia Guerreiro. É a própria fadista quem o confirma. Amália faz uma confissão. “A doutora tem o dom de fazer um homem chorar a ouvir algumas das suas músicas”, confessa referindo-se ao marido, sentado a seu lado. No final da conversa Kátia Guerreiro presenteou os convidados com uma pequena actuação musical, acompanhada à viola por João Sardinha, dos Charruas. E, mais uma vez, voltou a fazer chorar o marido da dona Amália.
A açoriana da África do Sul que foi cantora dos Charruas antes de ser fadista

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