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No União de Tomar joga-se por amor à camisola

Prioridade da direcção é o pagamento da dívida ao fisco que outras direcções deixaram

A direcção do União de Tomar aproveitou a realização da Festa da Cerveja para apresentar o plantel da equipa de futebol sénior para a próxima época. Um plantel que tem a curiosidade de ir jogar por amor à camisola.

O director Abel Bento garantiu a O MIRANTE que a grande prioridade da direcção é fazer o pagamento da outra metade da dívida ao Fisco. Dívida que herdou de direcções anteriores. “Nos últimos dois anos pagámos metade da dívida, qualquer coisa como 55 mil euros e nos dois anos que se seguem queremos pagar o resto”, garantiu.Aliás o dirigente que garantiu que vai apresentar uma lista às próximas eleições do clube que se realizam durante o mês de Setembro, aponta não só o pagamento do resto da dívida como outras decisões importantes que é preciso tomar, principalmente ao nível da organização e de avançar com uma sede para o clube. “São coisas que juntamente com o problema dos transportes temos que equacionar e resolver”, garantiu.Para a sede está já em vista a possibilidade de cedência pela Câmara Municipal de Tomar do espaço da antiga sede da Cooperativa Nabância, porque fica num local privilegiado para o clube. “Fica logo ao lado do polivalente desportivo daquela zona e tem as condições necessárias para a instalação do clube. A câmara está a estudar a situação e tudo indica que a cedência seja possível”, garantiu Abel Bento.Para poder pagar os 55 mil euros ao Fisco foi necessário fazer uma gestão quase ao cêntimo. “Fizemos uma gestão de mão cerrada e contámos com a ajuda da câmara que fez um protocolo com o União que recebeu os subsídios que estavam penhorados com a obrigação de os entregar às Finanças, o que aconteceu e contámos também com a ajuda de um grupo de tomarenses radicados na Suíça que nos entregaram 25 mil euros que angariaram entre eles. Só assim pudemos pagar aquela importância”, disse, agradecido. Apesar das dificuldades porque tem vindo a passar o União de Tomar continua a ser uma referência a nível do distrito e do país. “Não podemos esquecer as raízes que temos criado ao longo dos 97 anos de vida do clube. Raízes que nos reflectem nestas alturas”, afirmou Abel Bento.Parte desportiva não tem sido descuradaApesar de todas estas restrições a parte desportiva não tem sido descurada, tanto na formação como na equipa sénior e para a época que se avizinha são mais de quatrocentos os jogadores que vão vestir a camisola do União de Tomar. “É preciso agradecer aos nossos patrocinadores, aos pais e aos jogadores a vontade que têm tido em ajudar-nos a avançar com todas estas equipas, podemos dizer sem medo de errar que a nossa formação é uma das melhores e mais bem aproveitadas no distrito de Santarém”, disse o dirigente pouco antes da apresentação do plantel de iniciados que vai representar o clube no nacional, e o plantel sénior que vai representar o União na divisão principal do futebol do distrito de Santarém.O plantel sénior que foi apresentado é formado praticamente com jogadores que já estavam no clube na última época. “Tanto na formação como nos seniores ninguém ganha nada, treinadores, massagistas, roupeiros e jogadores todos jogam por amor à camisola, ninguém recebe qualquer subsídio, uma situação que é justo realçar”, disse o dirigente Abel Bento.“Para esta época temos um plantel que nos dá todas as garantias e que se prontificou a ajudar-nos a pagar a dívida às Finanças. Não deixa de ser um plantel com valor em quem confiamos, tenho a certeza que vamos voltar a surpreender muita gente”, disse o dirigente.O treinador Eduardo Fortes vai ter à sua disposição os jogadores João Pedro, Pira, Roriz, Sopas, Tiago Mendes, Pedro Figueiredo, João Marinheiro, Wellington, Fred, Rui Ferreira, Melo, Mauro Santos, Veríssimo, Xina, João Ramos, Joca, João Carvalheiro, que transitam todos da época passada. Costinha e Marquitos, que regressam depois de um ano afastados do futebol, André Silva, (ex-Escola de futebol de Tomar) e André Pereira (ex-Ouriense).Eduardo Fortes com recorde de seis anos à frente da equipa de seniores do União de Tomar Eduardo Fortes é treinador da equipa de seniores do União de Tomar há seis anos, um recorde de permanência ao nível do futebol distrital. Mas o técnico recusa as vozes que é o treinador do União de Tomar, “sinto-me bem aqui sou acarinhado pelos dirigentes e adeptos, tenho uma grande visibilidade ao nível da imprensa porque o clube continua a ser um dos mais falados e respeitados do distrito, porquê sair”, disse o técnico, acrescentando que só sairá de Tomar quando os dirigentes quiserem ou aparecer um projecto realmente ambicioso que o leve a pensar duas vezes.Ao longo de todos estes anos Eduardo Fortes tem tido um desafio constante, as dificuldades financeiras porque o clube tem passado levam a que a aposta tenha sido sempre em jogadores da casa, na maior parte das vezes com pouca experiência. “Tem sido um desafio constante mas aliciante, é bom ver que os jogadores se valorizam e valorizam o clube, que tem feito épocas de bom nível”, garantiu.Para esta época o plantel que lhe é oferecido tem muito poucas alterações em relação ao do ano passado. “É um plantel que vai jogar com amor à camisola, juntámo-nos e assumimos o compromisso de ajudar o clube a liquidar a dívida que tem ao Fisco, e ninguém vai receber qualquer subsídio”, disse Eduardo Fortes.Daí a aposta ser essencialmente formada por jovens oriundos da formação. Os 21 jogadores já vinculados ao clube dão garantias de fazer uma boa época. “Não andámos à espera das sobras dos outros clubes, precavemo-nos a tempo e horas e temos um plantel que nos dá garantias de defender com dignidade o União de Tomar”, afirmou o técnico.A aposta é sempre assegurar o mais cedo possível a manutenção. “O que vou tentar fazer é voltar a construída uma equipa coesa. Nada me é exigido pela direcção, o que nós garantimos é tudo fazer para garantir a manutenção o mais rápido possível”, disse Eduardo Fortes.

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