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Jubiloso Serafim das Neves

Nossa Senhora de Fátima continua a atrair a si legiões de pessoas carentes. Umas vão ao santuário em demanda de um milagre. Outras querem apenas conforto espiritual. Mas há quem busque um breve momento de glória terrena. Um “flash do caraças” na verdadeira acepção da frase. São pessoas que professam outras religiões que não a católica. Ateus empedernidos que partem para Fátima de skate, de burro, de bicicleta, ou de patins em linha, apenas para serem tão famosos como o Renato Seabra mas sem terem que matar ninguém com um saca-rolhas.A semana passada passou por lá um que se apresenta como professor de Matemática. Diz que fez a viagem de trotineta e até nos mandou uma foto a trotinetar para dar credibilidade ao relato. Na imagem não aparece o santuário nem nenhuma loja de artigos religiosos mas como somos crentes, decidimos acreditar. O trotineteiro confessa que não liga pevide à religião e que viajou como “um peregrino da vida”. Este devoto da fama podia ter acendido uma vela pelos seus piores alunos mas não o fez. Eles que se amanhem. Como o impagável Paulo Futre, também ele estava concentradíssimo...em si próprio. Pela minha parte lamento que Nossa Senhora tenha perdido a pujança de outros tempos. Nossa Senhora e os católicos a sério. Daqueles que fazem sacrifícios de arrepiar. Aparecesse ele no Santuário há quarenta anos e ia ver se não voltava para casa de maca, com a trotineta enfiada num sítio que eu cá sei.Por falar em religião veio-me agora à ideia aquela história do padre de Benavente que não baptiza os filhos de mães solteiras ou divorciadas. Este pastor exemplar, cumpridor escrupuloso das leis da Santa Madre Igreja, em vez de ser louvado é vilipendiado. As regras da igreja católica são claras mas a pouco e pouco têm vindo a ser subvertidas devido a sucessivas cedências de párocos que não os têm no sítio, salvo seja. E não falo dos paramentos. É no que dá a democratização. Nas escolas mandam os alunos e os pais dos alunos. Nos centros de saúde mandam os...utentes. Nas famílias mandam as criancinhas. Na igreja católica mandam os católicos não praticantes, pois claro. Eu cá por mim tento mandar no cão mas ele não me obedece. Dá a sensação que não acompanha estas mudanças que ocorrem na sociedade apesar de passar a vida a ver televisão, aquele animal. Ando desolado por causa da democratização da igreja católica. Não fui para padre para não usar batina e agora os padres só usam roupa de marca. Não fui para padre porque tinha a mania que queria ser vocalista de uma banda de rock e agora há padres que são artistas e cantam em festivais. Não fui para padre porque gosto muito de mulheres e agora vejo os padres da minha idade rodeados de mulheres onde quer que cheguem, pregando-lhes grandes beijocas e abraçando-as e acarinhando-as com toda a devoção. Às claras e com a aprovação das respectivas comunidades. E mesmo alguns que passam dos preliminares à acção são defendidos com unhas e dentes junto dos bispos e eleitos heróis populares por multidões ululantes que ameaçam fazer greve de ir à missa mesmo que nunca lá tenham posto os pés. Será que ainda me aceitam por lá?Saudações apostólicas Manuel Serra d’Aire

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