Gostei de ler a vossa noticia sobre a falta de civismo dos condutores da Estrada Nacional 118 que liga Alcochete a Samora Correia. Viajo nesta estrada duas vezes por dia e Deus sabe as coisas que eu já vi. Camionistas a arrancarem pinos de segurança porque insistem em conduzir a velocidades elevadas e calcularem mal ultrapassagens, velhotes a fazer inversão de marcha em locais com duplo traço contínuo, etc etc. Vejo todos os dias coisas na estrada que não lembram ao diabo. E depois ficam muito chateados e tristes quando se diz que morre muita gente nesta estrada. Claro que morre! Nesta e no resto do país! Somos um povo que facilita, que não respeita as normas. Somos o povo do “chicoespertismo”, do “só acontece aos outros”. É raro encontrar gente numa rotunda a fazer o pisca. Nunca vejo ninguém a cumprir os 70 km/h da EN118. Aquilo nem com radares nem com nada. O que me chateia é que vou sempre dentro da lei e arrisco-me, de hoje para amanhã, a levar com um outro condutor em cima sem ter culpa nenhuma. Não pode ser. O que faço se um dia vir outro carro a vir no mesmo sentido que eu? Para onde me desvio? Não há bermas!! Ao longo destes 7 anos que uso aquela estrada já vi meterem radares, pilaretes, sinais luminosos, zonas para encostar em caso de avaria e guias sonoras. Mas nada, a malta continua a chocar uns contra os outros sem desplante pelo seu semelhante. A única maneira seria meter lombas a cada 3 quilómetros ou coisa que o valha para os condutores reduzirem a velocidade. E mesmo assim, provavelmente, continuariam a bater. Porque a falta de civismo será sempre maior que o jeito ao volante. Não importa se são camionistas, pilotos ou condutores de fim-de-semana. Isto já é genético.Roberto Pereira