Na barraquinha das rifas da Festa em Honra da Nossa Senhora da Paz, em Benavente, que decorreu entre os dias 5 e 9 de Agosto, destacam-se vários serviços de loiça. “Muitos vieram de casamentos que acabaram”, deixa escapar Francisca Filipe, 67 anos, atrás do balcão das rifas há 14 anos. Um euro dá direito a dez rifas que poderão ter ou não prémio. “Mesmo que não saia nada, acabo sempre por dar alguma recordação porque é tudo gente da terra que também vai contribuindo para a festa”. Há pessoas que já têm debaixo de olho uma ou outra peça mais valiosa, mas têm de esperar até ao último dia, quando vão para o cesto as rifas dos melhores prémios. O trabalho começa logo a seguir à Páscoa com a colocação nas lojas de algumas caixas para quem quiser doar os objectos que vão ser sorteados. Longe vão os tempos em que a comissão de festas contratava um pregoeiro que andava pela vila a recolher as oferendas. O entusiasmo era maior, conta Francisca Filipe, mas o salário que tinham de pagar ao pregoeiro acabava por não compensar. Francisca Filipe vive com muito entusiasmo todas as festas que se realizam em Benavente, mas a da Nossa Senhora da Paz merece toda a sua atenção. O pai começou por organizar um livro com todos os nomes dos festeiros e juízes desde 1911 e agora é Francisca Filipe quem continua o trabalho, esperando que um dia sejam as filhas e netas a prosseguirem. “Sou como o arroz doce, estou em todas”, assegura. Pertence ao grupo de teatro, grupo coral do município, grupo coral da igreja, nos fados e guitarradas que se organizam na terra e em revistas. Em Benavente é conhecida de toda a gente.Eduarda Sousa