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Preço da água no Cartaxo vai ser reduzido após contestação popular

Preço da água no Cartaxo vai ser reduzido após contestação popular

Câmara municipal abdica de 150 mil euros em rendas a pagar pelo concessionário

Autarquia e Cartágua acertaram um novo tarifário, mais baixo para a generalidade dos consumidores.

“Onde está o recuo da Cartágua e ganhar um pouco menos do que vai ganhar?”, questionavam alguns dos eleitos da Assembleia Municipal do Cartaxo que quinta-feira, aprovou, por maioria, a revisão do tarifário, com os votos favoráveis da maioria dos deputados do PS, a abstenção de dois eleitos socialistas, e os votos contra da oposição PSD, CDU e BE. “Dar com uma mão e tirar com a outra” é como BE e PSD classificaram a proposta mas a verdade é que o administrador da empresa concessionária da gestão da água e saneamento no Cartaxo já tinha avisado na sessão escaldante de há um mês que se iriam negociar as alterações ao tarifário “dentro do contrato de concessão”. Ou seja, a Cartágua nunca ficará a perder e está definido desde início que qualquer alteração ao tarifário para baixo será compensada com redução de rendas ou perda de algum investimento. Confirmou-se o primeiro caso. O presidente da Câmara do Cartaxo reclama ter conseguido benefícios para consumidores particulares, empresas, colectividades e instituições de solidariedade social, com o novo tarifário que vai vigorar por um ano podendo ou não ser renovado, ao mesmo tempo que a Cartágua calendariza e antecipa investimentos.Os novos preçosA tarifa de consumos domésticos de água varia entre os 0,3140 euros até cinco metros cúbicos de consumo e os 2,8009 euros para consumos acima de 25 metros cúbicos. Comércio, indústria e agricultura terão escalão único de 1,7244 euros por metro cúbico, enquanto para as entidades particulares sem fins lucrativos se fixa em 0,5645 e 1,1290 euros os consumos abaixo e acima de 30 metros cúbicos, respectivamente. Algo que não chega como explicaram Dário Nogueira e Luísa Pato, responsáveis do Jardim-de-Infância do Cartaxo e da Misericórdia que pagaram 1.300 euros e 2.000 euros nas últimas facturas, valores que consideram incomportáveis. Mantém-se a tarifa social para famílias com rendimentos per capita até 50 por cento do salário mínimo nacional e tarifário para famílias numerosas (a partir de três filhos).Para o BE os consumidores vão pagar via impostos o que podem deixar de pagar na factura da água. Pedro Mendonça lembrou que a Cartágua em nada fica a perder com a negociação, considerando que se está de facto e “descaradamente a enganar a população”. Do lado do PSD, Vasco Cunha fez uma comparação curiosa para demonstrar que no final do contrato com a Cartágua, de 30 anos, rendas na ordem dos 200 mil euros pouco valor vão ter na altura. “Se um café nos últimos dez anos dobrou de preço para 55 cêntimos o que significará para a câmara 200 mil euros daqui a 20 ou 25 anos?”, questionou. Vasco Cunha considera que o que tem de acontecer é a Cartágua ganhar um pouco menos do que ganha com o negócio e lança um repto a Paulo Caldas: “Se se vai embora e pensa deixar para os outros o pagamento da água, quando isso acontecer não vejo outra solução do que haver eleições no Cartaxo”.Para a CDU são os contribuintes que suportam o valor em rendas que a câmara vai deixar de receber, para manter um tarifário mais baixo. “É como se pagássemos duas vezes”, referiu Emília Soares, acrescentando que instituições de apoio social como o Jardim-de-infância, a Misericórdia, o Ateneu, a Sociedade Filarmónica e outras entidades das freguesias vão continuar a pagar caro os consumos. Melhoria do serviço público prestado e aceleração dos investimentos no sector da água e saneamento básico são garantias que fazem parte do novo acordo, garantiu Paulo Caldas, com base num documento apenas distribuído aos eleitos e à comunicação social na altura da discussão do ponto. “Todas as famílias vão sentir uma descida da factura da água, enquanto para pequenas empresas e comércio a factura passa, por exemplo, de 20 euros para seis euros”, afirmou Paulo Caldas.
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