Cláudia Graça e Sérgio Marques eram ainda umas crianças quando deram os primeiros passos de dança no rancho da Charneca, uma aldeia da freguesia da Freixianda, concelho de Ourém, que este domingo, 9 de Outubro, foi a anfitriã da XXVIII edição do Festival de Folclore local. Uma iniciativa da responsabilidade da Associação Cultural e Recreativa do Vale do Pêso, cuja dinâmica não se esgota no folclore.Num universo de quatro grupos folclóricos, coube ao rancho da casa abrir as portas do festival. Entre os pares lá estavam Cláudia e Sérgio, os ‘noivos’ do grupo, já lá vão cerca de 10 anos, e que têm também entre mãos a tarefa dos ensaios. A paixão pelo folclore é comum e é a uma só voz que respondem quando questionados sobre aquilo que os move: “Adoramos!”.Ela vestida de negro, como mandava a tradição na aldeia, e ele de fato cinzento e chapéu, representam uma parte do quotidiano de outrora, de que os trajes e a música são fiéis portadores. O objectivo do rancho, do qual fazem parte 60 elementos, é fazer perdurar no tempo memórias da identidade local, reavivadas através dos trajes dos dançarinos e de um conjunto de pormenores que remetem para o mundo rural.Captar novos elementos para o rancho não é tarefa fácil, mas mesmo assim Sérgio Marques, que é também o presidente da associação, orgulha-se de terem conseguido criar um rancho infantil. “Era mais fácil se fosse um clube de futebol”, constata o dirigente, que mesmo assim não se lamenta.Os motivos para encarar o futuro com uma temperada dose de optimismo são mais do que suficientes e as esperanças da renovação estão depositadas nos mais novos. Além disso, os dançarinos adultos, com idades que não ultrapassam os 30 anos, têm-se mantido fiéis a este projecto. “Há dez anos que não sai um par”, revela, orgulhoso, Sérgio Marques. Manuela Frias