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31 anos do jornal o Mirante

Manuel António Nunes

55 anos, motorista, Tomar

“Já estou em crise desde que nasci porque sempre vivi em dificuldades. Falando na actualidade, esta crise vem beneficiar muita gente. As pessoas que vivem exclusivamente do seu trabalho é que são chamadas a pagar a factura. Se já vivíamos mal até aqui, agora ficamos sem fuga possível. “

Como está a viver estes tempos de crise? Pessoalmente já estou em crise desde que nasci porque sempre vivi em dificuldades. Falando na actualidade, esta crise vem beneficiar muita gente. As pessoas que vivem exclusivamente do seu trabalho é que são chamadas a pagar a factura. Se já vivíamos mal até aqui, agora ficamos sem fuga possível. Vale a pena ir a manifestações?Não sou contra as manifestações porque são uma forma das pessoas expressarem a sua indignação contra as medidas apresentadas. Mas, infelizmente, duvido da sua eficácia pois as pessoas podem fazer muito barulho e protestar contra os políticos mas não vão conseguir mudar nada uma vez que eles é que decidem. Ficou surpreendido com a introdução de portagens no IC3?Sim, apesar de sempre desconfiar que um dia iriam ser colocadas. De qualquer maneira acho que temos uma estrada em boas condições, a EN110, que vai voltar a ser utilizada por bastantes automobilistas. Acho que as pessoas vão fugir às portagens. Espero que o façam porque seria uma grande machadada às expectativas das entidades que forçaram esta situação. Vale a pena continuar a realizar a Feira de Santa Iria em Tomar?Penso que sim. Esta já é uma tradição da cidade e que se deve manter porque as pessoas apreciam muito este tipo de feira. Só discordo com a mudança da Feira das Passas para a Praça da República. Ficava melhor na Rua dos Arcos, junto à Várzea Grande, pois desta maneira ficou bastante deslocada.Encanta-o o mundo do show business?Sim, era o que gostava de fazer a tempo inteiro. Há uns anos tive essa oportunidade - infelizmente não a aproveitei - quando fui convidado para ser actor de grupo de teatro A Barraca mas não aceitei. Mas encarnei durante 35 anos o personagem Palhaço Esparguete, trabalhando com os mais jovens. Ainda faço actuações e estou a tentar organizar um workshop que ensina aos mais jovens a arte de entreter o público. Se vestisse a pele de um político tomarense o que faria?Confesso que não gosto nada de políticos. Há muita coisa que faz falta em Tomar. Quando andei a apresentar a proposta para desenvolver o meu workshop fui à Câmara de Ferreira do Zêzere e disseram-me abertamente que não porque gostam de apostar na prata da casa. Acho que em Tomar não apostam na prata da casa. Se fosse obrigado a emigrar que país escolhia?Apesar das dificuldades que o país atravessa gosto muito de Portugal e nunca me passou pela cabeça sair daqui. Prefiro ficar e encarar as dificuldades. Conheço algumas pessoas que emigraram e, apesar de terem ordenados maiores, não têm uma qualidade de vida melhor.

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