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Maria Alves

Maria Alves

45 anos, empregada de balcão, Porto Alto

Não me preocupam as rugas ou os cabelos brancos. Fazem parte da vida e até me custa ver tanta gente a gastar dinheiro em tratamentos para depois ficarem ainda piores. O que noto agora é que o tempo passa mais depressa, muito mais depressa.

Já pensou comprar um cão de guarda para se sentir mais segura?Não! Nem pensar. Tinha pena do animal só de pensar que ainda o matavam (risos). Já tenho um gato e não tenho condições para ter um cão. Depois passo a minha vida a trabalhar e não tenho muito tempo livre. Já comprou velas lá para casa agora que a luz aumentou?Não (risos). Gastei sempre a electricidade que precisava e não vai ser agora que me vou esquecer da luz acesa. Nesta altura o futebol é a única coisa que continua a animar os portugueses?A bola sempre nos animou. O que me custa é ver o dinheiro que se gasta neste desporto. Há até quem deixe de comer para poder ir assistir aos jogos. Os salários dos jogadores tão elevados dão sempre que pensar. O Governo está a cortar nos que já ganham pouco, em vez de andar em cima de todo este mundo onde se esbanja muito dinheiro. Quantas vezes por mês vai almoçar fora?Vou só em alturas muito especiais. Tenho o meu marido no estrangeiro e quando ele regressa saímos sempre. Também gosto muito de cozinhar e em casa sabemos sempre o que comemos. As contas têm de ser muito bem controladas.Qual foi momento mais romântico que já viveu?Os pequenos gestos são os que têm mais valor. Depois de 25 anos de casada ainda recebo flores do meu marido e isso já vale por tudo.Tem medo de envelhecer?O dia do meu aniversário é sempre uma das minhas maiores alegrias. Não preciso de receber presentes, gosto é que se lembrem de mim. Não me preocupam as rugas ou os cabelos brancos. Fazem parte da vida e até me custa ver tanta gente a gastar dinheiro em tratamentos para depois ficarem ainda piores. O que noto agora é que o tempo passa mais depressa, muito mais depressa. Será que existe vida para além da morte?Nunca pensei muito nisso. Vivo o dia-a-dia e aceito a morte que é tão certa como a vida. O que me assusta é pensar que os meus filhos possam precisar de mim e eu não esteja já cá para os ajudar. Qual é o melhor anti-depressivo?É levar a vida a rir e não pensar muito nos problemas. Dá-se muita importância a problemas muito pequenos que depois se tornam grandes sem qualquer necessidade. Eu tento distrair-me com as crianças e com os clientes do café onde trabalho.
Maria Alves

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