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Inaudito Serafim das Neves

Anda um vírus desconhecido a atacar os autarcas do PSD no Entroncamento. Primeiro foi o vice-presidente da câmara, João Fanha Vieira que pediu a exoneração. Na terça-feira passada foi o presidente da Mesa da Assembleia da Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, José Nogueira, que disse adeus ao cargo. No primeiro caso a demissão teve a ver com continuados ataques de claustrofobia. No segundo caso há quem diga que não houve falta de ar nem de espaço tendo em conta que a mais recente discussão do demissionário com um dos seus companheiros de partido ocorreu ao ar livre e ambos tinham os pulmões bem cheios a avaliar pelo tom das vozes. Diz João Fanha Vieira que estava farto de sentir a respiração do presidente da câmara por cima do seu ombro a espreitar tudo o que estava a fazer. Sentia-se vigiado. Apertado. Como eu o compreendo. Se há coisa que me chateia é ter alguém a espiar o que faço. Ainda agora dei uma palmada no meu cão, que estava aqui encavalitado nas minhas costas e a espreitar o ecrã do computador para conseguir ler este e-mail. E estava a babar-se todo o sacana, provavelmente por causa da fotografia da garota que também te mando em anexo. Embora o presidente da Câmara do Entroncamento deva ter um hálito mais fresco que o Mondego - um porcalhão que nem sequer lava os dentes apesar de eu lhe ter comprado uma escova de dentes eléctrica e um dentífrico especial para canídeos - isso não atenua a gravidade dos factos.Um autarca vice-presidente tem que ter o seu espaço e o seu tempo. A sua actividade é de índole criativa. Não se compadece com horários rígidos nem com permanentes intromissões. Já viste o que aconteceria se o António Lobo Antunes, por exemplo, tivesse o velho professor de português a espreitar-lhe a caligrafia e a escrita a toda a hora. É verdade que talvez a gente percebesse os livros do homem, coisa que não acontece agora mas perdia-se o fundamental. Perdia-se a arte. Pessoalmente, se fosse munícipe do Entroncamento, não gostaria de saber que as capacidades criativas do vice-presidente João Fanha Vieira estavam a ser deitadas para o cesto dos papéis.O caso do senhor presidente da Assembleia de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima é de bradar aos céus e reforça a ideia que estou no caminho certo quando insisto em trilhar o meu percurso de ateu empedernido. De que vale a uma freguesia ter como padroeira a santa mais milagreira do mundo se depois se passam coisas assim. Nossa Senhora até pode ter convertido a Rússia e todos aqueles comunistas que havia por lá mas depois falha em coisas tão simples como espalhar a paz e o amor entre os eleitos social-democratas lá da terra. É por estas e por outras que acho muito bem que o Governo acabe com as duas freguesias do Entroncamento, voltando tudo ao que era dantes. De que vale ter a Nossa Senhora de Fátima de um lado da linha de caminho de ferro e o S. João Baptista do outro se não há milagre nenhum?!Era para ter começado este e-mail contando-te um sonho que tive esta noite que metia rinocerontes voadores. Desisti porque era demasiado lírico. Mas não termino sem um toque de fantasia. É ainda a água castanha de Benavente. O administrador da empresa que trata do abastecimento, que também é presidente da câmara, deu esta semana uma lição pública sobre a utilização do cloro. Queres ver que o homem anda a tirar o curso de engenharia química e não disse nada a ninguém??!!Saudações clorofilinas do Manuel Serra d’Aire

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