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Crise “empurra” vendedores para a Feira de Santa Iria em Tomar

Crise “empurra” vendedores para a Feira de Santa Iria em Tomar

Há mais oferta que procura no certame que decorre até domingo, 23 de Outubro, na Várzea Grande, Praça da República e recinto do mercado municipal.

Junto a stands que vendem queijos e sandes de presunto, nas traseiras do Palácio da Justiça, a barraquinha de crepes “O Original”, que também vende bebidas granizadas, não passa despercebida a quem marca presença todos os anos na Feira de Santa Iria de Tomar. Trata-se de uma novidade no certame deste ano, a par de muitas outras. Paulo Pires vem, com a esposa Sandrine, todos os dias da Marinha Grande. É a primeira vez que participa num evento em Tomar mas o casal já tem experiência em feiras medievais ou no Festival de Chocolate de Óbidos. Depois de uma vida de emigrante, o casal regressou a casa em 2007, arregaçou as mangas e iniciou um novo negócio com base na experiência adquirida. “Estas feiras são sítios onde há uma maior concentração de potenciais clientes, daí a nossa aposta”, refere Paulo Pires, acrescentando que trabalha uma média de 14 a 16 horas por dia. Mas nem só de crepes e de bebidas granizadas, que ajudam a combater o calor de um Verão fora de época, se fazem as novidades da Feira de Santa Iria. Junto aos automóveis em exposição, em frente ao Convento de São Francisco, estão montadas várias barraquinhas “estreantes” nestas lides. A crise pode ter dado uma mãozinha à organização do evento uma vez que muitas pessoas, fruto do desemprego, arriscaram trabalhar por conta própria. “Este ano há mais vendedores nas várias áreas talvez porque as pessoas têm mais necessidade em estar presentes e em fazer negócio”, confirmou a O MIRANTE o vice-presidente da autarquia, Carlos Carrão, que preside à comissão organizadora do certame na sexta-feira, dia em que foi inaugurada mais uma Feira de Santa Iria de Tomar. O responsável disse que, futuramente, a feira tem que adaptar-se aos novos tempos.“Viemos experimentar Tomar”Goretti Junqueira, de Constância, vai molhando o chão com a ajuda de um regador para que o pó não atinja as suas molduras e brinquedos artesanais. Todos os anos participa nas Festas de Nossa Sra. da Boa Viagem que se realizam na sua terra mas foi a primeira vez que rumou até Tomar à procura de mais oportunidades negócio. Ficou desempregada há cinco anos e foi no artesanato que encontrou a solução. Algumas peças são da sua autoria, trabalhando ao vivo para quem quer ver como se faz este tipo de artesanato. “Só faço feiras e esta é mais uma oportunidade de fazer negócio. Não havia mais nenhuma no calendário nesta altura e, como estamos em crise, tive que aproveitar porque sempre ouvi dizer que esta feira mete muita gente” refere. A seu lado, José António Borges acaba de arrumar as gaiolas com animais que tenta proteger a custo do muito calor que se faz sentir. O som dos carrosséis, ali perto, anima o ambiente. Presença habitual na Feira de Cantanhede, o feirante vem de Viseu para tentar vender animais como pássaros, esquilos, hamsters, cães ou gatos. “Viemos experimentar Tomar”, diz, confiante na adesão do público. No primeiro dia conseguiu vender um canário. Apesar destes depoimentos, o presidente da Câmara de Tomar, Corvêlo de Sousa (PSD) acredita, segundo o que disse no dia da inauguração, que a Feira de Santa Iria realiza-se, sobretudo, por “razões afectivas” mas que, no meio de uma situação económica complicada, como a que o que vivemos na actualidade, serve para distrair as pessoas de coisas mais preocupantes”.
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