Calor tardio ajuda campanha nas salinas de Rio Maior
O Verão prolongado que entrou por Outubro dentro deu um alento extra à campanha nas salinas de Rio Maior, onde a actividade prossegue em força pois o calor que se tem feito sentir permite uma evaporação mais rápida da água e a formação dos cristais de sal. Não é muito habitual haver tanto movimento nos talhos nesta época do ano, reconhecem Maria Luísa e Maria Irene, sentadas à sombra junto a uma das típicas construções em madeira para fugir aos raios solares.Na tarde de quinta-feira, 13 de Outubro, os termómetros marcam 34 graus nas marinhas de sal de Rio Maior. Eduardo Matias, 54 anos, vai enchendo carros de mão com sal que depois vai engrossar as pirâmides brancas que se espalham pelo recinto. “Isto é um bocado duro, mas a minha máquina está afinada”, diz o marinheiro referindo que este calor tardio permitiu um rendimento extra e recuperar uma safra que não vinha sendo das melhores. “Agosto não foi grande coisas mas a partir daí tem sido bom”, refere.Miguel Moreira, 35 anos, trocou o bulício da capital pela pacatez do campo. Natural de Beja, foi formador de informática, professor e explicador e agora dedica-se à agricultura e ajuda na extracção de sal nas marinhas de Rio Maior, cidade onde reside desde Janeiro. Ele e a companheira despediram-se dos empregos em Lisboa e decidiram recuperar uns terrenos agrícolas do avô da mulher. Não sabia sequer da existência de marinhas de sal tão longe do mar. Diz que aquela paisagem transmite-lhe tranquilidade. O que perdeu em rendimentos ganhou em qualidade de vida. O trabalho físico permitiu-lhe emagrecer sem necessitar de ginásios. As análises clínicas melhoraram a olhos vistos sem recurso a medicamentos. “Se quisesse ganhar muito dinheiro tinha ficado em Lisboa”, diz. João Calhaz
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