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Águas do Ribatejo não tem dinheiro para resolver de vez água barrenta na rede de Benavente

Situação está longe de ficar resolvida porque é preciso gastar dez milhões na substituição de condutas
Os munícipes do concelho de Benavente vão continuar a ter água barrenta em casa, porque uma solução definitiva implica investimentos avultados que passam pela substituição das condutas adutoras. Um investimento na ordem dos 10 milhões de euros. Neste momento a empresa intermunicipal Águas do Ribatejo não dispõe de recursos financeiros para todo o investimento necessário, tendo em conta a inexistência de financiamento comunitário. Mas vai já avançar no próximo ano com a construção de uma estação de tratamento em Vale Tripeiro que ajudará a aliviar a situação.A Águas do Ribatejo esclarece que vai gastar 600 mil euros na construção da estação de tratamento de águas que permite a filtração da água antes de entrar na rede, de modo a retirar as partículas de manganês que dão a coloração amarelada à água. O presidente da Câmara de Benavente, António José Ganhão (CDU), que também é vice-presidente da empresa, defende que a única maneira de acabar com o problema é diminuir a quantidade de cloro colocado na rede. Uma ideia que não pode ser concretizada porque, segundo os técnicos da Águas do Ribatejo, as quantidades são impostas por lei. Mesmo assim o presidente da câmara vai levar o assunto à próxima reunião do conselho de administração da empresa intermunicipal. E explica que quando era a autarquia a gerir os sistemas de água, antes de entrar na Águas do Ribatejo em Maio de 2009, era o que se fazia para controlar a situação. “Geri esta rede por mais de 30 anos e conheço-a muito melhor que os técnicos actuais. A nossa água não precisa de tanto cloro como a que é colhida na Barragem do Castelo de Bode ou noutro rio qualquer”, afirmou António José Ganhão.Segundo a Águas do Ribatejo as águas captadas nos sistemas que abastecem as localidades têm na sua composição manganês dissolvido, que tem de ser tratado de forma química para poder ser filtrado. Quando essa filtração não existe, como é o caso, quando se junta o cloro para tratamento da água, o manganês transforma-se em partículas que se vão acumulando nas condutas. Sempre que a velocidade da água varia bruscamente (por rupturas, consumos repentinos como enchimento de piscinas ou cortes para instalação de válvulas) as partículas são arrastadas pela água conferindo-lhe um tom escuro e desagradável. Enquanto não existir uma solução, os munícipes não devem consumir a água sempre que notarem uma alteração da cor e do sabor, devendo deixar a água correr até ficar transparente, alerta a Águas do Ribatejo. Tanto o ferro como o manganês não são, contudo, responsáveis por quaisquer efeitos nocivos para a saúde humana.

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