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Cadeia do Vale do Tejo foi suspensa e Alcoentre recebe obras para aumentar a capacidade

Cadeia do Vale do Tejo foi suspensa e Alcoentre recebe obras para aumentar a capacidade

Ampliação de Alcoentre permite acolher mais 145 reclusos e Estado poupa 45 milhões

O Estabelecimento Prisional de Alcoentre no concelho de Azambuja fica com condições para acolher 658 presos. A cadeia de Vale de Judeus não vai para já receber obras.

O Governo decidiu suspender a construção do Estabelecimento Prisional do Vale do Tejo, previsto para o concelho de Almeirim, e em contrapartida optou por ampliar a cadeia de Alcoentre, concelho de Azambuja, poupando assim perto de 45 milhões de euros. As obras neste estabelecimento prisional, que já estão a decorrer, vão permitir acolher mais 145 reclusos aumentando a lotação dos actuais 513 para 658 presos. Em Setembro, o Estabelecimento Prisional de Alcoentre tinha uma ocupação de 507 reclusos, muito próximo da capacidade limite. A intervenção terá um custo de aproximadamente 4,4 milhões de euros. Durante o ano de 2010 entraram no estabelecimento de Alcoentre 137 novos reclusos, tendo saído em liberdade 84. Trata-se de uma população maioritariamente proveniente da região suburbana de Lisboa, onde predominam os crimes de furto e tráfico de estupefacientes. Mais de 60% dos indivíduos tinham, no ano passado, idades compreendidas entre os 30 e 50 anos, seguindo-se os reclusos com idades entre os 21 e 30 anos e, por último, com mais de 50 anos. A outra prisão situada no concelho de Azambuja, a de Vale de Judeus, não vai para já receber obras, mantendo-se a sua lotação de 514 reclusos. Em Setembro estavam presos nas instalações 498 pessoas. A construção da cadeia do Vale do Tejo tinha um custo previsto de cerca de 50 milhões de euros e visava essencialmente acolher os presos do Estabelecimento Prisional de Lisboa, que iria fechar e as suas instalações vendidas. O Ministério da Justiça justificou a O MIRANTE que “face às actuais circunstâncias económicas e financeiras que o país enfrenta, não estão reunidas as condições que permitem equacionar a empreitada referente ao estabelecimento prisional a ser construído em Almeirim”. A decisão de construir esta prisão na Herdade dos Gagos, propriedade da Junta de Freguesia de Fazendas de Almeirim, gerou alguma polémica em 2008, altura em que a decisão foi anunciada, já que teriam de ser abatidos vários sobreiros.Recorde-se que a prisão de Alcoentre nasceu do objectivo de construir uma colónia agrícola destinada a reclusos em cumprimento de pena de prisão maior e foi transformada para receber condenados com penas mais longas. Inaugurada a 18 de Janeiro de 1944, a Colónia Penitenciária de Alcoentre, ocupa uma área de 640 hectares com instalações prisionais, bairro de funcionários e instalações agro-pecuárias. A cadeia de Vale de Judeus começou a ser construída em 1960, mas só em 1974 as obras ficaram concluídas. Até 1977 as instalações estiveram ocupadas pelas Forças Armadas. Depois da “grande evasão” de 1978, as instalações foram encerradas e só em 1981 voltou a funcionar.De acordo com os últimos dados da Direcção-Geral dos Serviços Prisionais existiam no dia 1 de Outubro 12511 presos em Portugal, dos quais 2437 estão em prisão preventiva. A taxa de ocupação nas prisões nacionais varia entre os 60 e os 122 por cento. Para além de Alcoentre, vão ser feitas obras em Linhó, Leiria, Caxias e Viseu. Está prevista a construção de uma prisão em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, Açores. Estas intervenções vão permitir aumentar a capacidade nacional em mil lugares.
Cadeia do Vale do Tejo foi suspensa e Alcoentre recebe obras para aumentar a capacidade

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