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Moradores do Porto Alto incomodados com mau cheiro de fábrica de tripas

Moradores do Porto Alto incomodados com mau cheiro de fábrica de tripas

Empresa não quer ser causa de má vizinhança mas diz que uma solução é dispendiosa

Os moradores têm vindo a reclamar da actividade da fábrica de tripas instalada no concelho de Benavente desde a década de 80, mas as autoridades não encontram inconformidades e dizem que os cheiros existentes são os normais para a actividade.

Um cheiro nauseabundo e um barulho permanente na Fábrica de Tripas Gavião & Peixoto é do que se queixam os moradores da zona da Estrada Malhada dos Carrascos, no Porto Alto, Samora Correia, concelho de Benavente, O MIRANTE esteve no local num sábado de manhã e constatou o mau cheiro. Voltou à fábrica quatro dias depois e o cheiro já só se fazia sentir dentro das instalações. A empresa reconhece que possam haver incómodos com o mau cheiro, mas a solução, que passa pela instalação de um sistema de desodorização, acarreta milhares de euros.Embora a fábrica já labore no Porto Alto desde a década de 80, os problemas do cheiro e do ruído só apareceram quando uma nova gerência veio tomar conta do negócio há cinco anos e passou a trabalhar com tripa verde, segundo os moradores. Em causa não está o encerramento da indústria, mas apenas o controle do cheiro e do ruído. “Nem sequer podemos estender roupa no quintal porque o cheiro entranha-se e também não conseguimos estar muito tempo na rua”, diz uma das moradoras que já não se lembra da última vez em que conseguiu arejar a casa. O responsável pela empresa, João Vaz Pinto, reconhece que “a actividade implica sempre algum cheiro que é a maior parte das vezes controlado”. “Se instalássemos um sistema de desodorização acabaríamos de vez com o problema do cheiro mas isso custa muitos milhares de euros. Se de um lado temos a questão da boa vizinhança, por outro temos 30 trabalhadores e as suas famílias que dependem da fábrica”, alerta. Em relação ao ruído garante que o barulho é mínimo e não provoca qualquer perturbação. No local já estiveram diversas entidades como uma Equipa de Protecção da Natureza e Ambiente (EPNA); a GNR; a Direcção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo (DRAPLVT) e Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). Com excepção da ASAE, que nunca enviou à Câmara Municipal de Benavente qualquer informação das diligências efectuadas, todas as outras entidades consideraram que não existia inconformidade e que os maus cheiros emanados seriam os normais para a actividade desenvolvida, ou seja, a preparação, calibragem e salga de tripa. Não satisfeitos, os moradores estão já a promover um abaixo-assinado, que já conta com 30 assinaturas, para exigir ao Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional uma nova fiscalização. A Câmara de Benavente revelou a O MIRANTE que também vai continuar a pressionar as entidades competentes para novas acções de medição do ruído e cheiro, tendo em conta a continuação das reclamações. Desde 1979 que a fábrica está localizada no Porto Alto e tem licença de construção aprovada em 1980, ainda antes da entrada em vigor do Plano Director Municipal (PDM), quando não existia classificação de uso de solo. A licença de exploração industrial foi emitida em 2008 pelo Ministério da Agricultura, a entidade competente que licencia esta actividade. Todo o produto que sai da fábrica é exportado para o Brasil.
Moradores do Porto Alto incomodados com mau cheiro de fábrica de tripas

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