Peças com seis quilos caem da A10
Tampões das jantes de pneus e separadores voam da auto-estrada para os campos do Pardieiro
Tampões das jantes de pneus, peças de automóveis e material de sinalização, às vezes com mais de seis quilos, voam da A10, que liga Bucelas ao Carregado, sobre o Pardieiro, na freguesia de Calhandriz, concelho de Vila Franca de Xira. A auto-estrada não tem protecção lateral que impeça a passagem de objectos e possui uma abertura no centro da via. Os moradores temem que qualquer dia o pior aconteça.
Peças com seis quilos, que servem para a sinalização do piso, caem com regularidade da A10, auto-estrada que liga Bucelas a Benavente, para os campos do Pardieiro, na freguesia de Calhandriz, concelho de Vila Franca de Xira, a uma altura de 110 metros. Algumas peças servem para sinalização de obras no pavimento mas também há separadores que voam, bem como tampões das jantes e parafusos de carros, entre outros objectos que são deitados pelas janelas dos veículos que ali passam. “Mesmo que seja uma peça pequena, a uma altura de mais de 100 metros, com a velocidade que ganha pode matar uma pessoa”, alerta Filipe Bragança mostrando uma jante de automóvel que acaba de encontrar depois de procurar um pouco nas ervas, entre os pilares da auto-estrada, nas imediações da sua residência.O vento forte faz os objectos cair para os campos e os populares receiam que qualquer dia o pior aconteça já que a auto-estrada fica por cima de várias habitações. “Devia ser colocada uma rede de protecção lateral para evitar que os objectos venham parar cá a baixo”, continuaOs objectos caem frequentemente e só em 2001 Filipe Bragança encontrou uma jante de pneu, um separador central e duas bases para triângulos de sinalização de obras, que pesam seis quilos cada. Foi Henrique Silva quem ligou para a GNR, já em 2011, a dar conta de que estavam pendurados separadores centrais que poderiam cair a qualquer momento. “Ouvi barulho durante a noite e na manhã seguinte percebi que eram os mesmos separadores a bater no pilar da auto-estrada”, especifica. Na zona em que atravessa o Pardieiro, a uma altura de 80 a 110 metros, a auto-estrada não possui protecções laterais que impeçam peças de cair. Existe ainda uma abertura ao longo da via. VIVER DEBAIXO DE UMA auto-estradaQuem vive por baixo da A10, além de estar sujeito a ter no seu quintal uma jante de automóvel ou triângulo de sinalização, sofre ainda com o problema da água da chuva que se acumula no Inverno no piso da estrada e jorra sobre as habitações em grande volume.“Não podemos ter roupa estendida no Inverno”, lamenta uma moradora que duvida que a água com resíduos de óleo seja proveitosa para as hortas familiares que se estendem na localidade. “Há dias tive umas visitas, estava a chover e as pessoas disseram que o cenário era semelhante ao das Cataratas do Niágara”, ironiza Filipe Bragança.O MIRANTE já alertou para o problema. Alguns orifícios no piso da auto-estrada foram tapados, segundo os moradores, o que não resolveu a situação já que seria necessário um eficiente sistema de canalização que permitisse o correcto escoamento das águas pluviais sem prejudicar os moradores da zona. O MIRANTE contactou a Brisa para obter um esclarecimento sobre o assunto, o que não foi possível até ao fecho da edição.
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