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Museu de Arte Sacra e Etnologia de Fátima não escapa à crise

Encerramento desse equipamento chegou a ser equacionado pelos Missionários da Consolata

Entradas não cobrem os gastos mas o objectivo é continuar a proporcionar um bom serviço à cultura e à arte.

O padre Norberto Louro não tem dúvidas de que a crise económica afecta também os museus. No dia da apresentação do roteiro do Museu de Arte Sacra e Etnologia, dos Missionários da Consolata, integrado nas comemorações dos 20 anos daquele espaço, sedeado em Fátima, o superior provincial cessante sublinhou a importância de investir na cultura sem o espectro do lucro no horizonte. Um exemplo que pode ser encontrado naquele núcleo museológico de Fátima, onde o encerramento de portas chegou a ser equacionado, revelou o padre Norberto Louro.Para manter o Museu de Arte Sacra e Etnologia de portas abertas, os Missionários da Consolata investem anualmente cerca de 70 mil euros. “As entradas não cobrem os gastos”, revelou o sacerdote.Perante esta realidade, “houve quem dissesse que seria melhor dar-lhe outra finalidade”, recorda o padre Norberto Louro, mas a verdade é que essa possibilidade não chegou a avançar. Contudo, era preciso encontrar uma solução, “porque não conseguiríamos aguentar por muito tempo”, adiantou o superior provincial cessante. “Tivemos que lutar contra esse derrotismo”, disse o padre na cerimónia, defendendo que “não se trata de conservar arte morta”, mas sim de “salvaguardar o itinerário da evangelização, bem conectado nas suas fases”.Para o sacerdote, o museu presta um bom serviço à cultura, à arte e ao desenvolvimento dos povos e é isso que se pretende que continue a fazer.Director mais optimista À margem da apresentação do roteiro, o director do museu, Gonçalo Cardoso, garante que nunca foi alertado para o encerramento do museu por falta de viabilidade económica, acreditando, no entanto, que esse possa ter sido um assunto conversado entre alguns missionários.Em média, o museu, que integra a Rede Portuguesa de Museus desde 2003, recebe anualmente 20 mil visitantes, que variam em função da época do ano. De Maio a Outubro são essencialmente peregrinos e turistas e de Outubro a Maio o público é na sua grande maioria escolar, em resultado da estreita ligação com a comunidade. O roteiro agora criado vai melhorar a visita ao museu e permitir que, em casa, o visitante revisite o espaço.

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