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Queixas sobre alimentação nas escolas de Benavente resultam de preconceitos contra empresas

Queixas sobre alimentação nas escolas de Benavente resultam de preconceitos contra empresas

Técnicos da autarquia e cozinheiro garantem qualidade das refeições

O MIRANTE visitou a cantina do Centro Escolar de Benavente onde diariamente são preparadas cerca de 600 refeições para todas as escolas do Agrupamento de Escolas Duarte Lopes. São muitas as queixas que têm surgido contra as refeições escolares desde que a Câmara de Benavente adjudicou o serviço a uma empresa privada, mas os responsáveis garantem que tudo é feito dentro das regras.

Várias técnicas da autarquia responsáveis pelo sector da alimentação escolar e o próprio cozinheiro do Centro Escolar de Benavente garantem que muitas das reclamações que têm surgido sobre a qualidade das refeições servidas nas cantinas das escolas do Agrupamento de Escolas Duarte Lopes resultam do preconceito que ainda existe contra o serviço prestado por empresas. “Neste momento estamos sujeitos a regras ainda mais apertadas. O que sinto é que as pessoas ainda têm muitos preconceitos em relação às empresas externas”, começou por explicar o cozinheiro chefe do Centro Escolar de Benavente, Nilton Santos. Recorde-se que no início deste ano escolar a autarquia adjudicou o serviço das refeições escolares à empresa Uniself, Lda, o que tem gerado algum descontentamento entre crianças, pais, professores e auxiliares. Há 20 anos a trabalhar na cozinha, Nilton Santos refere que os alimentos, os métodos de trabalho e os próprios pratos confeccionados são diferentes este ano lectivo, mas que a qualidade da comida servida cumpre todos os requisitos exigidos pelo Ministério da Educação. Das principais queixas apontadas no seio da comunidade escolar e publicadas na última edição de O MIRANTE, destacava-se a comida queimada e a quantidade de vezes que era servido atum. O cozinheiro aproveitou para esclarecer que a preparação de um prato correu mal um dia neste novo ano lectivo e que o atum entra geralmente uma vez por semana na ementa. O MIRANTE verificou que se antes a autarquia comprava sempre carne fresca no próprio dia para confeccionar, neste momento a carne que entra na cantina pelas mãos da empresa privada é sempre congelada. Mas para isso também há uma explicação: “A nível de logística, de organização e de segurança alimentar, a carne congelada ainda é melhor que a carne fresca que não pode ser guardada e tem de ser toda confeccionada no próprio dia”, respondeu a engenheira alimentar da câmara, Andreia Campos. A introdução de carne congelada tem evitado muito do desperdício alimentar que se verificava no ano lectivo passado. “Muitos pais queixam-se que a carne é congelada, mas depois vemos que quase todos os meninos trazem em vez de pão fresco fatias de pão de forma”, reparam as técnicas da autarquia. “Foram introduzidas novas técnicas e metodologias porque estava a sobrar muita comida e essa foi a principal alteração efectuada”, reforça a chefe da divisão de educação e cultura, Cristina Gonçalves. Na escola situada na vila das Areias, onde existem muitos meninos do Escalão A, provenientes de famílias com rendimentos menores, não existem tantas reclamações contra a alimentação servida, demonstram as técnicas.Teste do almoço positivo O MIRANTE sentou-se à mesa na passada segunda-feira, 24 de Outubro, para almoçar com algumas crianças no Centro Escolar de Benavente. Depois de uma sopa de puré de cenoura com fios de couve lombarda, vieram uns filetes recheados de peixe, acompanhados com batata cozida e legumes. Para sobremesa, estava reservada uma pêra. Não existe um único reparo a apontar. A sopa estava óptima e o prato principal muito bem temperado. O mesmo não achou uma menina do terceiro ano do primeiro ciclo. Sentada mesmo ao lado começou por dizer que a sopa tinha cabelos. Depois de procurar, não se encontrou qualquer vestígio, mas mesmo assim trocou-se a sopa. Outras duas meninas não queriam comer a sopa porque diziam que não gostavam. “Toda a gente que tem filhos mais pequenos sabe como é. A maior parte das crianças não querem comer e inventam sempre fitas”, revelou uma funcionária da câmara enquanto tentava incentivar as crianças a comerem.
Queixas sobre alimentação nas escolas de Benavente resultam de preconceitos contra empresas

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