Três equipas compostas por pilotos naturais do concelho de Ourém apresentaram quarta-feira, 23 de Novembro, as suas viaturas junto aos Paços do Concelho, antes de partirem para a prova 24 horas TT Fronteira (a prova nacional de maior resistência em Todo-o-Terreno). Um momento para mostrar e promover o que se faz no concelho a nível de veículos Todo-o-Terreno (TT), nomeadamente o primeiro veículo TT da marca Mazda. Assim o explica Bruno Oliveira, natural de Ourém a viver actualmente nos Açores, que refere ter sido o concelho berço do primeiro Mazda TT, feito posteriormente para todo o mundo. Ele foi o engenheiro mecânico responsável pelo projecto, ao qual se uniram mais dois ourienses. A partir daí foi sempre a marcar pontos na área. “Fizemos o Campeonato Nacional de TT. O carro da Mazda teve tanto sucesso que a marca criou um troféu próprio, que nós conquistámos em 2008”.Também piloto, Bruno Oliveira e a sua equipa (os colegas Rui Neves e José Ferraz também são de Ourém, com excepção de Lígia Albuquerque) já participaram em vários desafios TT, como o DAKAR, tanto em África como na nova versão Argentina-Chile. No fim-de-semana, 26 e 27 de Novembro, aguardava-os uma prova de resistência nas 24 horas TT na vila de Fronteira, distrito de Portalegre. “É uma prova onde tudo pode acontecer, vamos concorrer à geral e ao Troféu Mazda”.O carro de Bruno Oliveira é patrocinado pelo Turismo dos Açores e a equipa considera-se um projecto de promoção e não desportivo. “Procuramos promover as marcas que nos patrocinam”, refere, indicando que nos tempos difíceis que correm os pilotos têm que se adaptar ao financiamento que possuem. Já divulgam os Açores, enquanto equipa oureana querem promover também a sua região. “O concelho de Ourém tem imensa coisa que é ainda desconhecida. O que se pretendeu com esta demonstração foi não deixar passar do concelho de Ourém projectos que estão noutras regiões mas que nasceram efectivamente em Ourém. Porque não usar isso para promover o concelho?”.Outro dos veículos apresentados na ocasião pertence à equipa de Hélder Novo, natural do Olival. O grupo é de Leiria, o piloto e empresário de um centro de inspecções entrou na equipa por meio de amigos. Já praticava TT com motas, há quatro anos decidiu mudar para carros. “Tenho feito apenas as 24 horas de Fronteira. Gostaria de um dia ir ao DAKAR, mas é muito difícil”, lamenta, referindo que de ano para ano tem sido cada vez mais difícil arranjar patrocinadores para suportar os elevados custos de uma participação a este nível. “O meu máximo até ao momento foi um 21º lugar nas 24 horas de Fronteira”.O último carro apresentado foi o de um empresário angolano que pediu a Pedro Silva, natural do Murtal, freguesia de Atouguia, para o conduzir nas 24 horas de Fronteira. Na sua oficina tem quatro carros semelhantes deste empresário, veículos cujo valor ronda os 60 mil euros. “Já frequento a vila de Fronteira desde 2001, como assistência a veículos. Tenho umas luzes, mas toda a prova é uma carta fechada. O meu objectivo é chegar ao fim, já que esta é a minha primeira participação oficial”, conta. Pedro Silva refere ainda que gostaria que este fosse o princípio de uma carreira no desporto TT.Os pilotos ourienses foram recebidos pelo presidente do município, Paulo Fonseca, aos quais deu uma medalha e t-shirts com “Ourém Vive”. O autarca manifestou o agrado com a projecção que os pilotos dão ao concelho, ficando combinada uma reunião de trabalho para discutir uma parceria conjunta. Entretanto, na prova 24 horas TT de Fronteira, os pilotos ourienses conquistaram o 12º lugar e o 15º lugar (equipa de Hélder Novo) e o 30º (equipa de Bruno Oliveira).