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O meu carro de sonho

Perguntamos a empresários do ramo automóvel qual o seu carro de sonho. As respostas foram as mais diversas, como se compreende. Os carros mais conhecidos nem sempre são os mais apetecidos. Há gostos para tudo ou para quase tudo...desde que a qualidade seja elevada. As histórias dos primeiros carros que tiveram também são interessantes, bem como os receios que cada um tem quando anda na estrada. Em tempo de crise o principal medo é dos automobilistas que, para poupar, não fazem a devida manutenção dos seus carros.

António Martinho, director-geral, Pedro Lamy, Vila Franca de Xira“Nunca tive um carro que me deixasse ficar mal”O primeiro carro do director-geral do concessionário Pedro Lamy de Vila Franca de Xira, António Martinho, foi um pequeno Peugeot 106 comprado novo em 1993. Diz que nunca teve nenhum carro que o tivesse deixado ficar mal. O surgimento dos carros eléctricos no mercado no próximo ano não o entusiasma por serem demasiado caros e estarem ainda numa fase embrionária. “O preço terá tendência a descer no futuro mas para mim a melhor solução são os híbridos a gasóleo, como o novo Peugeot 3008 diesel de 2 litros que vem equipado com um pequeno motor eléctrico. Terá 200 cavalos de potência e consumos muito baixos”, explica. As primeiras unidades chegam à cidade no primeiro trimestre de 2012. “Andar na estrada hoje em dia preocupa-me porque há muita gente a circular sem seguro nem inspecção. Mas confio no trabalho das entidades de fiscalização”, defende. António Martinho explica que a maioria dos clientes prefere a manutenção oficial da marca ao invés de oficinas privadas. “O mercado criou um falso mito sobre os custos de manutenção na marca. Custam menos que em algumas oficinas”, conclui.José Alexandre Gomes, chefe de vendas, IS Car, Castanheira do Ribatejo“Com a crise aumenta o perigo na estrada”O primeiro carro de José Gomes, chefe de vendas da IS Car, foi um pequeno Seat Ibiza comercial. “Um carro que comprei para trabalhar já lá vão 16 anos”, recorda. José não tem nenhum supercarro de sonho e confessa que a berlina série 5 da BMW lhe enche as medidas. “É um automóvel excepcional, bonito e económico”, diz. Durante a sua vida não encontra um carro que tenha sido mau. “Cada um tinha os seus pontos bons e maus”, recorda. A passagem para carros eléctricos entusiasma-o e garante que não será uma má experiência. “Nós temos o Volt da Chevrolet e o Ampera da Opel. O Ampera será um carro fenomenal porque não terá limitações de autonomia. Andará sempre com os motores eléctricos e só quando as baterias ficarem gastas é que ele activará o motor 1.4 a gasolina. Isso torna-o diferente de um híbrido”, explica. José Gomes considera que os carros eléctricos serão o futuro e irão ganhar cada vez mais expressão no mercado. Andar na estrada actualmente preocupa-o porque os condutores descuram cada vez mais a manutenção dos veículos. “Eu vejo as dificuldades das pessoas em fazer a manutenção e especialmente nos carros com 6 ou 10 anos, quando eles precisam de manutenção mais regular. Isso coloca os condutores em perigo”, adverte.Carlos Alberto Silva, mecânico, Auto Reparadora Multimarcas, Vialonga“O futuro é dos carros a hidrogénio”Desde a infância que Carlos Silva sonha ter um Lamborghini. São os seus carros de sonho, graças ao desenho italiano, os seus motores V10 e os nomes de touros míticos (Gallardo, Miura ou Murciélago). “Não acredito que consiga ter um”, confessa. O seu primeiro carro foi um Vauxhall Viva com Overdrive, comprado em Portugal. “Gosto muito de carros e de mecânica”, conta. Durante a vida teve vários automóveis mas é dos Mini que guarda as piores recordações. “Deram-me muitos problemas, sobretudo de suspensão e travões”. A chegada de carros eléctricos ao mercado no próximo ano não o deixa receoso. “Acho que tudo evolui e estão ainda numa fase muito inicial e têm muitas limitações. Acho que no futuro vão ser substituídos pelos carros a hidrogénio”, defende. Actualmente Carlos Silva diz ter receio de andar na estrada porque muitos condutores não fazem uma correcta manutenção dos veículos. “Alguns condutores nem dinheiro têm para ir à inspecção”, lamenta.Frederico Roque, administrador da empresa Roques, Santarém“Aprendi a conduzir ao colo do meu avô”O administrador da empresa Roques, Frederico Roque, de 42 anos, começou a conduzir quando tinha 10 anos. “O meu avô tinha um Renault com caixa automática e nas férias levava-me para o campo da feira. Sentava-me ao colo dele para dar umas voltinhas e foi assim que aprendi a conduzir”, revela. Aos 18 anos, quando tirou a carta já guiava perfeitamente. Há quatro gerações que a família está ligada ao sector automóvel e Frederico Roque é um verdadeiro apaixonado pelos automóveis. Sempre teve oportunidade de ter uma viatura de serviço que vai trocando de seis em seis meses ou de ano a ano. Durante 20 anos, participou em mais de uma centena de corridas todo-o-terreno. Devido à crise e à diminuição de patrocinadores teve de abandonar a competição, embora ainda conserve o capacete, as luvas e o fato. De momento conduz um Renault Laguna no serviço e espera um dia poder vir a concretizar o sonho de comprar um Porsche. “Sonhar ainda não custa dinheiro, e todas as pessoas devem ser ambiciosas para conseguirem concretizar os seus sonhos”, revela. Sempre foi adepto de cores claras, como o cinza claro ou o branco, porque é mais seguro e dá mais alegria. Do currículo constam também algumas multas por excesso de velocidade, mas nada de grave. Para o ano 2012 prevê que o sector automóvel viva dias ainda piores com a actual crise económica. Fernando Carlos Mendes, gerente comercial, Somecânica, Póvoa de Santa Iria“A rápida desvalorização dos automóveis é um entrave à comercialização de modelos eléctricos”Actualmente a conduzir um Renault Laguna de terceira geração com motor 2 litros, Fernando Mendes recorda que o seu pior carro até hoje foi um Fiat 128 Sport que o pai trouxe de África. “Aquecia imenso, lembro-me que sempre que atravessávamos a ponte sobre o Tejo era sempre um problema”, recorda com um sorriso. O seu carro de sonho é um Audi R8 e espera conseguir alcançar o sonho no futuro. “Estranhamente não queria um Ferrari, adoro o R8, é um carro muito completo com um design espantoso”, confessa. Começar a conduzir carros eléctricos não o choca. “Vamos ter de estar preparados para isso no futuro mas ainda falta muito para todos andarmos de eléctrico, é um investimento caro”, opina. Para Fernando Mendes a rápida desvalorização dos automóveis é um entrave à comercialização de modelos eléctricos. “É preciso muito tempo para tirar alguma rentabilidade do carro”, confessa. Conduzir nas estradas actualmente é algo que o preocupa, especialmente porque as famílias começam a cortar na manutenção dos veículos. “Mas como existem as inspecções existe menos probabilidade das pessoas andarem com carros que não ofereçam o mínimo de segurança”, defende.Manuel Gonçalves Martins, electricista de automóveis, Electro Martins, Vila Franca de Xira“Gostava de ter um Ferrari. Qualquer Ferrari”Um Morris Oxford dos anos 50 foi o primeiro carro de Manuel Martins, “um bom carro na altura” que mais tarde substituiu por um Austin 1300 GT. Uma pequena “bomba” que lhe deu várias amarguras. “Talvez por causa da idade e do carro andar muito tive vários acidentes com ele mas nada de grave”, recorda. O carro de sonho de Manuel Martins é um Ferrari. Não importa o modelo. “São carros lindos e muito exclusivos, adoro”, confessa. Passar a conduzir carros eléctricos no futuro não lhe causa problemas mas mostra-se mais preocupado com o impacto que isso poderá ter no seu trabalho. “Do que oiço dizer possivelmente vão deixar de existir alternadores e baterias. Isso irá fazer o negócio fraquejar. Eu sou electricista do antigamente, em que se repara dínamos, distribuidores e motores de arranque. Estou convencido que os eléctricos vão acabar com essas reparações”, lamenta. Andar na estrada preocupa-o mas guarda esperança na qualidade e eficácia dos centros de inspecção. “Vou vendo aqui carros reprovados da inspecção que aparecem com coisas insignificantes, acredito que nas coisas mais graves eles não deixem passar”, nota.António Pinto, instrutor e director de escola de condução, Escola de Condução Quinta da Piedade, Póvoa de Santa Iria“O meu sonho era ter um Hummer H3 mas com o preço a que está a gasolina...”O responsável da escola de condução Quinta da Piedade, na Póvoa de Santa Iria, confessa que nunca teve um carro mau na vida porque quando os compra faz uma escolha cuidadosa para não ter surpresas. “O meu sonho era ter um Hummer H3, é o meu carro de eleição porque gosto muito de todo-o-terreno e ainda hoje nos tempos livres tenho por hábito fazer uns passeios”, confessa. Não acredita que poderá ter um Hummer no futuro por causa do preço da gasolina. Entretanto vai-se deslocando fora de estrada num Opel Frontera. Quando os carros eléctricos chegarem ao mercado não vai ficar preocupado. “É a evolução e o futuro e não o poderemos travar. Mas não me vai custar deixar de conduzir carros de motor de combustão”, garante.António Pinto diz sentir-se seguro na estrada porque as inspecções periódicas ainda vão significando uma garantia de segurança. “Os carros têm de estar minimamente aptos”, refere.Gilberto Leandro, gerente Limpezas Auto Scalabislimpa, Tremês“Quase dei em maluco quando me impediram de conduzir durante um mês” É ao volante de um Golf, modelo 5, que todos os dias Gilberto Leandro se desloca. Pelas mãos já lhe passaram mais de uma dezena de carros cedidos pelas empresas onde trabalhou. O primeiro automóvel pessoal que teve foi um Renault Clio. Os carros que mais o marcaram a nível profissional foram uma Mitsubishi l300 e um Mercedes c220 por todo o conforto que oferecia. Por ano percorre entre 80 a 90 mil quilómetros na estrada e quando num dia tem de fazer uns 900 quilómetros assegura que ter um bom carro é fundamental. “Quando temos de percorrer diariamente longas distâncias, um bom carro faz a diferença ao final do dia e ainda mais ao final da semana para o nosso descanso”, aponta. De momento está bem servido com o Golf já que é um carro utilitário que oferece algum conforto, de fácil estacionamento e com boa apresentação. Não vive obcecado com a ideia de comprar o carro dos seus sonhos, mas se pudesse escolher optaria por um carro que garantisse acima de tudo segurança e conforto. Escolheria um Audi ou um Mercedes. Desde que tirou a carta aos 18 anos, esteve 30 dias sem poder conduzir devido a uma multa e garante que quase deu em maluco. Elege o branco ou o cinza como as suas cores preferidas. À medida que o tempo passou alterou a sua forma de estar na estrada. “A partir do momento em que temos filhos, já pensamos duas vezes quando estamos na estrada”, assegura. Carlos Neto, Empresário, Rio MaiorO empresário que se desloca num SmartO primeiro carro de Carlos Neto aos 18 anos foi um Morris Mini. Sempre esteve profissionalmente ligado ao mercado dos automóveis e por isso sempre conseguiu trocar de carro com alguma frequência. O carro que mais gostou de ter durante dois anos foi um jipe Mitsubishi. De momento possui um Audi e um Smart que usa diariamente para se deslocar. “Gasta pouco e cabe em qualquer lado. É um carro muito prático”, assegura. Tanto pode realizar 20 quilómetros num dia, como andar 150. Tem vários carros de sonho que gostaria de ter, mas não hesita em destacar o Porsche 911. “Já tive um gosto maior nos automóveis e neste momento vejo mais como uma necessidade de chegar mais depressa aos sítios onde quero”, repara. Já apanhou muitas multas ao longo da sua vida de condutor. Desde o excesso de velocidade até à condução com telemóvel ou sem cinto. Não é maníaco das limpezas, mas tenta dar uma limpeza geral quinzenalmente. Viver sem carro seria impensável para Carlos Neto. Martinho dos Santos Pedro, proprietário da empresa Martinho Auto, Santarém“Precisamos de um carro apenas para nos deslocarmos”Martinho Pedro já teve alguns sustos no carro, mas nada de grave. Depois de tirar a carta logo aos 18 anos, teve como primeiro carro um Morris Mini. Na década de 70 não existiam ainda muitos carros e era raro ver-se um carro usado para venda. “Hoje quase que se dá dinheiro para uma pessoa comprar um carro”, repara. A paixão pelos automóveis levou-o a entrar nos tempos de juventude em algumas corridas organizadas por colectividades da terra e a conquistar algumas taças. De momento possui uma Volvo XC 70 e garante que não tem vontade de comprar mais nenhum outro carro. “Precisamos de um automóvel para andar e fazermos a nossa vida. Mais do que isso não me interessa”, avisa. Quando começou a conduzir, escolhia sempre o vermelho, mas hoje já opta pelo cinzento já que é uma cor que na sua opinião fica bem em qualquer lado e tem um aspecto mais limpo. Não se imagina sem carro. Já foi multado algumas vezes, mas nada de grave. Uma vez ia a 60 quilómetros dentro de localidades e outra a 65, quando só podia andar a 50. João Carlos, Pneusol - Sociedade de Pneus de Santarém Lda“Comprem um carro compatível com a vossa carteira”O primeiro carro que o proprietário da Pneusol - Sociedade de Pneus de Santarém Lda conduziu foi um Fiat 127azul “que se veio a revelar verde-salsa ao fim da segunda lavagem”, conta com alguma graça o empresário João Carlos a O MIRANTE. Recorda que tinha 20 anos quando se lançou na arte de conduzir um carro pela primeira vez e, felizmente ou infelizmente, não guarda na memória nenhuma aventura automobilística que mereça ser contada com este ou outro carro. O nosso interlocutor conduz actualmente um Mercedes C200 kompressor que classifica com quatro adjectivos: potência, comodidade, segurança e fiabilidade. Características de que não abdica num automóvel. Em relação longas viagens que tenha feito ao volante de um automóvel, contabiliza as muitas que já fez de Santarém até ao Algarve, “se é que se podem chamar longas” a estas incursões. O melhor conselho que pode dar a quem compra um carro novo é pragmático e muito adequado aos tempos de regressão económica em que vivemos: “Olhem primeiro para a carteira e depois comprem um carro compatível com a mesma”. José Francisco Pimenta, Premiumcenter Lda, Entroncamento“O conforto na condução é característica indispensável” O primeiro veículo que José Francisco Pimenta, sócio da Premiumcenter, Lda do Entroncamento, conduziu foi uma Nissan Pick-Up V6 a gasolina de competição em todo-o-terreno que lhe permitiu iniciar as suas participações no Campeonato Nacional de Todo-o-Terreno em 1999, o que lhe proporcionou uma grande satisfação. “Comecei a conduzir com 15, 16 anos em terrenos e estradas agrícolas que pertenciam ao meu avô paterno ou de outros familiares”, conta a O MIRANTE. Agora conduz habitualmente uma Nissan Navara Azul de 2002, que ostenta os logótipos da empresa que já é bastante conhecida no Entroncamento. O nosso interlocutor confessa ainda que a característica que mais aprecia num automóvel é sem dúvida o “conforto” que sente na sua condução. Em relação a longas viagens ao volante, contabiliza uma, com paragem apenas para alimentação e abastecimento de combustível, de Barcelona para Granada a acompanhar a passagem do Dakar por Espanha. “Agora viagens de 500 quilómetros, para mim, são habituais e não considero longas”, refere o empresário. Em relação aos conselhos que dá a quem pensa em comprar carro diz sempre aos potenciais clientes para pensarem bem na utilização futura que vão dar ao veículo, durante quantos anos pensam manter o mesmo carro e o número de quilómetros que pensam em fazer por ano e analisarem a sua manutenção. Quanto ao seu carro de sonho, não tem dúvidas em apontar que seria um Rolls Royce. “ É um veículo extraordinariamente exclusivo, de uma elegância e conforto fora do normal! uma autêntica peça de arte”, afirma sem ponta de hesitação.

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