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Oposição questiona custos associados ao Prémio Nacional de Teatro Bernardo Santareno

Vereadores socialistas na Câmara de Santarém preferiam ver esse dinheiro ser canalizado para o apoio ao movimento associativo concelhio.

O investimento feito pela Câmara Municipal de Santarém no Prémio Nacional de Teatro Bernardo Santareno e iniciativas associadas foi questionado pelos dois vereadores do PS na última reunião do executivo. Ludgero Mendes foi o mais incisivo, dizendo que dadas as dificuldades financeiras seria preferível a autarquia destinar essas verbas ao apoio do movimento associativo concelhio.Ressalvando não querer desvalorizar o prémio, cujo âmbito extravasa o concelho de Santarém, Ludgero Mendes considerou que no actual momento “é um esforço muito grande para a capacidade da Câmara de Santarém”. O vereador, bancário de profissão, fez as contas e diz que a autarquia despende pelo menos 50 mil euros com essa iniciativa, já que para além do prémio para o escritor da melhor peça de teatro original (no valor de 15 mil euros), há os encargos resultantes da Gala Santareno para entrega anual dos prémios a figuras do teatro nacional.Ludgero Mendes referiu ainda os seis mil euros que custa a reunião do júri para escolha da melhor peça de teatro (1500 euros a cada um dos quatro elementos) e os custos a suportar com a avença de mil euros mensais do director do Instituto Bernardo Santareno _ entidade criada pela câmara para divulgar a obra do escritor e que tem como principal missão a instituição do Prémio Nacional de Teatro e a realização da Gala Santareno. “Penso que o Instituto Bernardo Santareno só existe de nome, porque não conheço os estatutos. Se os tiver gostaria de os conhecer”, disse.“Numa fase em que algumas associações estão em risco de parar a sua actividade por falta de capacidade da Câmara de Santarém para honrar os seus compromissos há que optar, o que é sempre difícil. Mas para nós a opção seria favorecer condições para apoiar o movimento associativo concelhio”, reforçou Ludgero Mendes.“Se calhar era mais fácil não fazer nada”Na resposta, o vereador da Cultura, Vítor Gaspar (PSD), referiu que face às dificuldades financeiras “se calhar era mais fácil não fazer nada”, sublinhando que quando o PSD chegou ao poder “parecia que Santarém tinha alguma vergonha de evocar um nome tão grande da dramaturgia portuguesa como Bernardo Santareno”. E esse trabalho, salientou, “foi feito através de várias iniciativas”.Vítor Gaspar defendeu que esse trabalho deve continuar a ser feito e já é uma referência a nível nacional. “Se deixássemos de fazer a gala e atribuir o prémio deitávamos fora todo esse trabalho para divulgar e promover Bernardo Santareno. E estamos a pôr Santarém no mapa do mundo do teatro”, acrescentou, adiantando que há patrocínios para o Prémio Nacional de Teatro.“Não podemos deixar tudo o que temos para fazer por causa da crise, senão fechamos o país. A cultura tem um papel muito importante também para resistirmos a esta crise”, enumerou, sendo secundado pelo presidente da câmara, Moita Flores (PSD), que sublinhou a aposta na afirmação da identidade de Santarém através dos seus símbolos, de que Bernardo Santareno é um exemplo.

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