As refeições gratuitas a todos os alunos do pré-escolar das escolas do concelho de Benavente deixaram de ser asseguradas pela Câmara de Benavente. Os pais de todas as crianças que não beneficiam do Escalão A ou B passaram a pagar por cada almoço 1,46 euros. A decisão não agrada a alguns responsáveis de associações de pais, já que consideram que é nesta altura que as famílias mais deveriam ser apoiadas. A vereadora do PS da Câmara Municipal de Benavente, Ana Casquinha, não aceita esta nova medida e, por isso, votou contra a proposta de Orçamento Municipal para 2012 apresentado na última reunião de câmara, que decorreu no dia 21 de Novembro. O presidente da câmara, António José Ganhão (CDU), justifica-se dizendo que esta é uma responsabilidade do Governo, mas garante que nenhuma criança do município que realmente precise ficará sem refeição. O vice-presidente da Associação de Pais do Agrupamento de Pais do Porto Alto, Luís Gonçalves, compreende que nesta altura a autarquia não tenha verbas para continuar a salvaguardar as refeições escolares a todas as crianças do pré-escolar, mas lembra que as famílias estão a passar por dificuldades por causa da crise. Também o presidente da Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais, Isidoro Roque, defende que é nesta altura de crise que as autarquias mais devem investir nos apoios sociais. Na última reunião de câmara a discussão aqueceu quando se percebeu que não existia verba para as refeições no Orçamento e Grandes Opções do Plano para 2012. Ana Casquinha acredita que a garantia das refeições escolares gratuitas pode constituir um incentivo decisivo para um casal ter mais filhos e consequentemente aumentar a taxa de natalidade do país. Também os pais que são obrigados a declarar todos os seus rendimentos são duplamente penalizados relativamente aos que encontram formas de fugir ao fisco. “Existe um sentimento generalizado de que há pais obrigados a uma poupança intensa para suportar entre outras coisas as refeições escolares dos filhos enquanto os que recebem a comparticipação das refeições vão ao café todos os dias tomar o pequeno-almoço”, referiu. O presidente também perdeu a calma e respondeu que a proposta do PS não passa de pura demagogia. “Todas as crianças do pré-escolar e do primeiro ciclo que necessitam da refeição grátis não a perdem, e mais, qualquer professor ou outro agente educativo que detecte que uma criança não está a ser alimentada, informa de imediato os serviços sociais da câmara e essa criança passa a ter direito à refeição”, respondeu. António José Ganhão acrescentou ainda que o apoio social desta autarquia em diferentes áreas é um exemplo para todo o país.