Henrique Canteiro é um militante de base que até paga para acompanhar iniciativas do PS
Socialista do concelho de Azambuja esteve sempre disponível para ajudar o partido sem olhar a cargos
Há mais de 30 anos que Henrique Canteiro é militante do Partido Socialista de Azambuja. Embora nunca tenho ocupado um cargo de relevo, participou sempre activamente nos congressos e campanhas, chegando a pagar do próprio bolso. Tem pena que os jovens não possuam o mesmo fervor pela política.
Henrique Canteiro, de 73 anos, já se encontra sentado no salão dos Bombeiros Voluntários de Alcoentre, concelho de Azambuja, para assistir a mais um encontro anual de militantes, simpatizantes e membros das listas autárquicas do Partido Socialista. Este militante do PS da velha guarda que mora em Aveiras de Cima está sempre presente em todos os encontros que se organizam no concelho. O PS é acima de tudo uma paixão e será militante do partido até morrer, garante. Quando perguntamos por um dos militantes do PS mais antigo no concelho de Azambuja, a opinião é unânime. Henrique Canteiro é parco nas palavras, mas sente-se um ardor no coração sempre que fala do seu PS. Identifica-se com os ideais proclamados pelo partido e acima de tudo gosta de “não estar nem à direita, nem à esquerda”. Mal o partido montou uma sede em Aveiras de Cima, filiou-se, já lá vai mais de 30 anos. Sempre teve uma participação activa no partido e não poupava esforços para ir a um congresso a Braga ou Guimarães com a mesma facilidade com que se deslocava a Lisboa. “Tenho amor à camisola”, revela. Este amor é tão sério que não admite cedências. Na última campanha no concelho não ajudou o partido porque não concordou que nas listas entrasse um elemento que tinha sido militante do PSD, a actual vereadora da educação, Ana Maria Ferreira. São muitas as peripécias que colecciona ao longo da vida de militante. “Uma vez andávamos em Manique do Intendente a distribuir propaganda. Colámos uns papéis numa adega. No dia seguinte soubemos que tinham ido lá roubar umas galinhas para as culpas recaírem sobre nós”, recorda o militante, assegurando que a verdade rapidamente se repôs. Distribuía, muitas vezes pela noite dentro, propaganda de porta em porta, depois de um dia de trabalho numa fábrica. “O que mais me custava era quando me diziam que andava aqui a ganhar dinheiro quando eu tinha de pagar do meu próprio bolso as deslocações e os almoços sempre que ia a um congresso do PS”, confessa. A esposa também sempre o acompanhou nestas andanças. Hoje vê que a maioria dos jovens não se interessa por política. E dá como exemplo a própria sala do congresso do PS. “Aveiras é uma terra socialista e para além de mim apareceu mais um ou outro. Não está cá mais ninguém. Hoje em dia, as pessoas não estão para isto”, nota. Em relação ao próximo candidato do PS às próximas eleições autárquicas, Henrique Canteiro nota que o actual vice-presidente, Luís de Sousa, é o que reúne as melhores condições, mas quer esperar por outros candidatos para depois poder decidir. Reconhece também que o vereador Silvino Lúcio é um dos militantes do PS que mais faz a nível do concelho. Já do presidente da câmara, Joaquim Ramos, faz um balanço positivo. “Nunca mais teremos em Azambuja um presidente como o actual. Fez muita coisa por todas as freguesias”, garante. Hoje em dia, a idade não lhe permite ir a todos os encontros. Na sua terra muitos conhecem a sua militância partidária e Henrique Canteiro trata logo de esclarecer que não é de meias tintas: “Não quero nada com os comunistas e com o PSD ainda menos”.Presidente da Câmara de Azambuja quer ver o novo candidato escolhido já no início do próximo anoO presidente da Câmara Municipal de Azambuja e da concelhia do PS, Joaquim Ramos, quer apresentar o candidato a presidente da câmara nas próximas eleições autárquicas já no primeiro trimestre de 2012. No segundo trimestre devem surgir os nomes dos candidatos a presidentes de junta. Na sua intervenção no encontro de militantes, simpatizantes e membros das listas do Partido Socialista, Joaquim Ramos chamou a atenção para o facto do próprio não poder recandidatar-se, tal como os presidentes de junta do PS de Vale do Paraíso, Azambuja e Alcoentre. “Os presidentes de junta de Aveiras de Cima e de Manique do Intendente também não podem recandidatar-se, o que representa uma excelente oportunidade para o PS conquistar essas freguesias”, referiu. A crise vai agravar-se ainda mais, mas Joaquim Ramos espera ter até ao final do mandato a capacidade imaginativa para prestar um serviço que mantenha a qualidade de vida das populações.
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