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“Tirei dois cursos ao mesmo tempo porque nunca consegui estar em casa sem fazer nada”

“Tirei dois cursos ao mesmo tempo porque nunca consegui estar em casa sem fazer nada”

Jorge Ribeiro - Presidente da Junta de Freguesia da Póvoa de Santa Iria

O presidente da Junta de Freguesia da Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira, Jorge Ribeiro, 35 anos, está ligado à política desde o nascimento. Os pais conheceram-se nas andanças do Partido Socialista. Da infância, o autarca recorda-se da passagem pelo grupo de escuteiros da Póvoa de Santa Iria que o ajudou a crescer mais depressa. Tirou um curso de desporto em Lisboa, ao mesmo tempo que estudava gestão em Sacavém. Vê a política como uma missão. Está contactável 24 horas por dia.

Fui um dos membros fundadores do agrupamento de escuteiros 773 da Póvoa de Santa Iria. Entrei com sete anos e por lá me mantive mais uns dez anos. Lembro-me de praticar muitos desportos radicais como rapel ou slide. Foi uma escola de vida que contribuiu muito para a minha formação enquanto homem. Lá aprendi o que é o espírito de camaradagem e de solidariedade. Todos os pais deveriam motivar os filhos a entrarem para os escuteiros. Aos nove anos fiz um bacalhau à Gomes Sá que ainda permanece na memória de muitos. Foi num acampamento dos escuteiros e fiquei tão orgulhoso que mal cheguei a casa fui logo ensinar aos meus pais como tinha feito. Sempre gostei muito de cozinhar e quando tenho tempo sou eu que preparo as refeições em casa. Geralmente misturo os ingredientes que tiver e acabam por sair bons pratos. Pelo menos ninguém se queixa e acredito que tenho algum jeito. Em miúdo andava sempre a brincar livremente pelas ruas da Póvoa. Sempre vivi lá. Primeiro morei no Bairro dos Quintais e mais tarde vim para a zona da Chepsi. Na altura era tudo um Olival e andávamos todos a correr as ruas de uma ponta à outra. Era um tempo onde crescíamos mais depressa e ganhávamos maior autonomia. Sempre fui uma criança tranquila, nunca dei problemas de maior aos meus pais. Tenho um fascínio especial por História. Sempre me interessei muito pelo passado da nossa civilização porque considero que é imprescindível para compreender o que acontece actualmente. Todos os dias tento aprender algo de novo e aumentar a minha cultura geral. Na minha mesa de cabeceira tenho actualmente cinco livros que vou lendo alternadamente. Vão desde política, até livros que se debruçam sobre a temática do nascimento e da morte, ou literatura mais ligeira. Tirei dois cursos ao mesmo tempo porque nunca gostei de estar parado. Sempre fui um aluno mediano, nunca liguei muito às notas. Mas sempre tive muita vontade de aprender. Tirei um curso profissional de desporto em Lisboa e à noite ainda ia estudar para a Universidade Internacional, em Sacavém, onde andava a tirar gestão. Levantava-me todos os dias às seis da manhã e regressava a casa já com a noite cerrada. Mais tarde ainda tirei uma especialização em gestão e administração autárquica. No secundário andei na área de economia porque os números sempre me interessaram. O meu primeiro emprego que durou dez anos acabou por ser monitor de educação física nas escolas do primeiro ciclo do concelho. Quando decidi candidatar-me ao lugar de presidente da junta abandonei o emprego. Deixei o emprego de monitor de educação física, mesmo não sabendo se seria bem sucedido nas eleições autárquicas de 2005. Se não formos os primeiros a acreditar num projecto quando entramos, então não vale a pena. Os meus pais conheceram-se no Partido Socialista e acabei por crescer neste meio. Nunca entrei para a política com um objectivo definido, mas porque achei que podia contribuir com algo. Tudo aconteceu depois de forma natural.Conheci a minha esposa na política. Pertencíamos ambos à Juventude Socialista e fomos amigos durante muitos anos até percebermos que existia mais alguma coisa para além da amizade. Casámos em 2005 e temos dois filhos. Sei que a família sente a minha falta, mas tento sempre compensá-los quando tenho algum tempo livre. A minha esposa tem sido mãe e pai ao mesmo tempo e estou muito reconhecido. O meu telemóvel está sempre ligado todos os dias do ano. Levanto-me entre as 6h30 e as 7h00. Depois de levar as crianças à escola, dou sempre uma volta pela freguesia para ver como estão as coisas antes de vir para a junta. Prefiro sempre o trabalho de rua, mas o gabinete rouba-me muito tempo. Olho para o meu trabalho como uma missão e estou sempre disponível e contactável.Nada vem por acaso e tudo tem uma razão de ser. Penso que todos estamos aqui por algum motivo e devemos aproveitar a nossa passagem para fazer algo de útil. Um dia quero olhar para trás e estar de consciência tranquila ao ver que contribui para o desenvolvimento da sociedade. Todos os dias me esforço para ser bom pai, bom cidadão e bom autarca.Eduarda Sousa
“Tirei dois cursos ao mesmo tempo porque nunca consegui estar em casa sem fazer nada”

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