Rui Manhoso deixa Associação de Futebol de Santarém ao fim de 24 anos
O agora ex-presidente vai integrar a recém eleita direcção da Federação Portuguesa de Futebol
Dirigente vai integrar a equipa de Fernando Gomes, recém eleito presidente da Federação Portuguesa de Futebol, num cargo ligado ao associativismo. Dezenas de dirigentes despediram-se de Rui Manhoso na noite de segunda-feira, na sede da Associação de Futebol de Santarém. O vice-presidente Francisco Jerónimo assume a presidência interina da associação mas já confirmou que é candidato em acto eleitoral dentro de um mês como presidente interino e candidato a eleições dentro de um mês.
“Não esperava estar tantos anos à frente da Associação de Futebol de Santarém e não esperava esta manifestação de agrado pelo meu trabalho”, comentou Rui Manhoso, perante uma sala repleta de dirigentes desportivos e autarcas na sede da Associação de Futebol de Santarém (AFS) na noite de segunda-feira, com a voz embargada pelo momento da despedida do dirigismo distrital. Ao lado, Fernando Gomes, presidente eleito da Federação Portuguesa de Futebol, concedeu-lhe a primazia de ser o primeiro dirigente com quem esteve depois da eleição. “De certeza que o Rui Manhoso vai fazer com competência, saber, isenção e imparcialidade aquilo que é fundamental, a defesa do futebol português”, afirmou Fernando Gomes, depois de justificar a escolha de Rui Manhoso para trabalhar junto do associativismo e dos clubes amadores do país e pela experiência que tem no futebol. Francisco Jerónimo, vice-presidente da AFS, fica automaticamente a gerir interinamente a associação durante cerca de um mês, até o presidente da mesa da assembleia-geral marcar eleições, na qual Francisco Jerónimo será candidato a presidente com o apoio de Rui Manhoso.Em mensagem dirigida aos presentes o dirigente garante que despiu a camisola assim que foi eleito pela primeira vez, em 1987-1988, vestindo a de todos os clubes. “Foram muitos anos a afirmar a AFS e a querer que crescesse. Muitos anos a prejudicar a minha família, os meus filhos, mas penso que fui compreendido por eles e por todos os clubes. A partir de agora o meu clube são todos os clubes nacionais e na defesa do desporto amador”, começou por afirmar Rui Manhoso.Para o dirigente, que cumpriu sete mandatos, 24 anos de dirigismo como presidente e outros quatro anos como secretário-geral da AFS, os melhores momentos foram vividos nos “mais de 100 jogos internacionais disputados no distrito, no Torneio Vale do Tejo elogiado pelos órgãos de informação, pelos cursos de formação de técnicos e de agentes desportivos e pelo recepcionamento entre a associação e os clubes que se tornou familiar. Maus momentos são os das dificuldades do clubes, financeiras e fiscais, o não pagamento do policiamento e não apoio do Estado”. Na Federação, Rui Manhoso reconhece que se terá que ter um olhar mais atento aos sistemas dos campeonatos do futebol amador aos jogadores estrangeiros, que começam logo nas classes mais novas e às dificuldades financeiras dos clubes. Francisco Jerónimo diz que não foi surpresa o convite a Rui Manhoso, pelo prestígio e reconhecimento que este granjeava no movimento associativo. Francisco Jerónimo, 57 anos, engenheiro civil de profissão, reconhece que pega na AFS em velocidade de cruzeiro, fruto da acção de uma equipa capaz. “Mas os tempos que vêm a seguir vão ser difíceis e o futebol não vai ser excepção, quanto mais o futebol amador”, assinalou. Rui Manhoso concluiu que só com o apoio esmagador dos clubes, o apoio institucional das câmaras municipais e um ambiente familiar compreensível e colaborante se puderá ter sucesso.Durante a cerimónia Rui Manhoso ouviu elogios do vice-presidente da Câmara de Almeirim, Pedro Ribeiro, e do presidente do Clube Desportivo de Torres Novas, João Martins, quanto ao trato pessoal, a procura de resolução dos problemas e a capacidade de aglutinar pessoas em torno de um objectivo. A noite de anúncio da saída de Rui Manhoso serviu também para se propor como sócios de mérito da AFS o dirigente Agnelo Alexandre, o presidente da Associação Desportiva Fazendense, Botas Moreira, ou o Núcleo de Árbitros do Ribatejo Norte, presidido por André Gralha, entre outras propostas aprovadas em reunião da direcção da AFS.
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