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“A morte do toiro na arena é muito mais digna”

Bandarilheiro de Salvaterra de Magos defende corridas com toiros de morte em Portugal

Mário Figueiredo tirou a alternativa há quatro anos e sonha com uma carreira de sucesso no mundo da festa brava.

Mário Figueiredo tem 24 anos e é bandarilheiro desde os 17 anos, altura em que tirou a prova de praticante numa corrida em Lagos, no Algarve. Tirou a alternativa a 20 de Setembro de 2007, no Campo Pequeno, em Lisboa, actuando desde então como bandarilheiro profissional. Um dia que, garante, não vai apagar da sua memória. Nessa tarde tourearam a cavalo Ana Batista e Luís Rouxinol e a pé Luís Procuna e Juan Bautista. O jovem, que nasceu em Santarém mas viveu sempre em Salvaterra de Magos, lidou os toiros que couberam em sorte a Ana Batista e Luís Rouxinol e bandarilhou o toiro lidado por Juan Bautista. “Foi um momento único que não vou esquecer”, conta.Desde criança que Mário Figueiredo é um apaixonado pela festa brava. Uma vez, numa brincadeira nos campos de Salvaterra de Magos, toureou um bezerro e a adrenalina que sentiu foi indescritível. “Foi aí que tudo começou. Comecei a procurar sempre essas sensações e fui brincando até que se tornou algo sério e é aquilo que quero fazer na minha vida”, afirma.Começou o seu percurso profissional como bandarilheiro praticante integrado na quadrilha do cavaleiro António D’Almeida tendo feito duas temporadas em Espanha. Depois da alternativa passou a fazer parte da quadrilha da sua conterrânea Ana Batista. Toureou com Joaquim Bastinhas, Mateus Prieto, José Luís Gonçalves, Manuel Dias Gomes e Paco Velasquez. Há três anos que está na equipa do cavaleiro de Almeirim, João Salgueiro.Actualmente encontra-se no México a tourear com Ana Batista e vai ficar por lá até Fevereiro do próximo ano. Um convite que diz ser irrecusável. “A temporada mexicana é o sonho de qualquer toureiro uma vez que é um dos países com maior projecção a nível tauromáquico. Vamos tourear cerca de 30 corridas e a experiência está a ser fantástica”, conta o jovem a O MIRANTE numa entrevista feita através de correio electrónico.Aficionado do toureio a pé, Mário Figueiredo tem como ídolos Morante de La Puebla, Manzanare e El Juli. O bandarilheiro confessa que escolheu uma profissão “complicada” que exige muita força de vontade e espírito de sacrifício. Para estar em excelente forma física treina todos os dias. Corre aproximadamente uma hora e faz aquilo que se chama treino de salão, onde aperfeiçoa a técnica da sua arte. Para 2012 Mário Figueiredo deseja concluir com ‘chave de ouro’ a temporada que está a fazer no México e tourear um elevado número de corridas nas praças portuguesas. “Sempre a triunfar”.O sonho de sair sempre a triunfarMário Figueiredo considera que um toureiro tem que correr as melhores praças de toiros do mundo nomeadamente Espanha, França, Portugal e México para se tornar uma grande profissional. Esse é um dos seus sonhos, tourear em todas as praças importantes do mundo da festa brava e sair “sempre” a triunfar.O jovem bandarilheiro defende os toiros de morte em Portugal embora, na sua opinião, devesse existir corridas exclusivas onde se pudesse matar os toiros. “Nas corridas com cavaleiros, as chamadas corridas à portuguesa, não devia ser possível haver toiros de morte porque não existe essa cultura. Mas seria importante para a promoção da festa brava, que é uma tradição centenária no nosso país, que fossem criadas corridas só com matadores de toiros e onde os toiros pudessem morrer nas arenas. A morte do toiro na arena é muito mais digna do que morrer no matadouro e ficar a sofrer”, esclarece.

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