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Ana Moura prepara novo álbum e canta na América em Fevereiro

Fadista de Coruche revela que o novo disco “será muito diferente”
A fadista ribatejana Ana Moura regressa em Fevereiro aos Estados Unidos para nova digressão, em que se vai apresentar com o novo trio de jovens instrumentistas que trouxeram “uma nova roupagem” às suas músicas.“Esta digressão vai ser um pouco diferente porque tenho parceiros novos. O concerto vai basear-se essencialmente nos temas que mais marcaram a minha carreira, enquanto no ano passado estive [nos Estados Unidos] a fazer a promoção do ‘Leva-me Aos Fados’”, o seu último álbum, disse Ana Moura à Lusa. O novo trio é composto por Ângelo Freire, na guitarra, um jovem de 21 anos “considerado um dos melhores guitarristas” actuais, Pedro Soares, na viola, “também com trabalho fantástico”, e Iuri Daniel, um “baixo que tem estado a tocar com [o músico de jazz] Jan Garbarek”. “São músicos que trouxeram uma roupagem diferente às minhas musicas”, afirma a fadista de 32 anos, com raízes em Coruche. “As novas gerações trazem sempre influências daquilo que ouvem e os influencia, mesmo que inconscientemente. Mesmo o fado tradicional, eles não o tocam da mesma forma que os guitarristas de outra geração, estão mais abertos por exemplo ao jazz”, adiantou Ana Moura.Na mesma linha, o próximo álbum, que já está a ser trabalhado, será “muito diferente” dos anteriores e Moura achou “que seria a altura também de mudar um bocado a linguagem musical”. Sem querer adiantar pormenores sobre o sucessor de “Aconteceu”, “Guarda-me a Vida na Mão”, “Para Além da Saudade” e “Leva-me aos Fados”, Ana Moura refere apenas que serão fados novos, de “compositores diferentes e com um produtor diferente”.Fado património da humanidade pode dar uma ajudaA digressão de Fevereiro será “um bocadinho o prenúncio daquilo que vai ser o novo álbum”, adianta. O Zeiterion Theatre, em New Bedford, será a primeira paragem da digressão a 4 de Fevereiro, seguindo-se Amherst (Massachussetts, a 5 de Fevereiro, Quebeque, no Canadá, a 8 de Fevereiro, e Nova Iorque, a 10 de Fevereiro. A fadista desloca-se ainda à Califórnia: Los Angeles (17 de Fevereiro) e Berkeley (18 de Fevereiro).Na sua última passagem pelos Estados Unidos, Ana Moura foi destaque de um artigo do New York Times dedicado ao fado, que a apontou como a “mais evidenciada praticante” fora de Portugal, entre as fadistas da sua geração. “A sua voz `contralto´ encorpada chamou a atenção dos Rolling Stones e Prince”, com quem actuou ao vivo num festival de Verão em Portugal, refere o artigo do crítico musical Larry Rohter, publicado em Março. Em Portugal, Ana Moura é apenas vista como “uma entre uma safra generosa”, que inclui Mísia, Mariza, Mafalda Arnauth, Dulce Pontes, Cristina Branco, Joana Amendoeira, Raquel Tavares, Yolanda Soares e Kátia Guerreiro.Para a fadista, nos Estados Unidos o interesse pela “música e também pela cultura” portuguesas tem vindo a crescer, sobretudo nos últimos três anos. “Ia a salas muito mais pequenas nos Estados Unidos, hoje já são salas maiores. O público tem crescido, demonstra a curiosidade que os americanos têm”, adiantou à Lusa a fadista, que já actuou para mais de mil pessoas em São Francisco, na Costa Oeste. Nos últimos concertos nos Estados Unidos, “senti que as pessoas conheciam as minhas músicas e já sabiam ao que iam”, congratula-se a jovem fadista.O reconhecimento do Fado como património da humanidade, pela UNESCO, a organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura, deverá atrair ainda mais público aos concertos, além de ter tido um “enorme impacto” em Portugal. “Ajudou muito a que os portugueses se juntassem e sentissem orgulhosos neste momento de crise no país. Por todo o mundo fala-se em coisas menos boas - défice, dívida publica - mas Portugal não é só isso, a nossa cultura é muito enriquecedora”, adiantou Ana Moura.

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