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Junta de Vila Franca abandona Centro Gastronómico de Povos onde gastou 100 mil euros

Empréstimos obrigam a autarquia a continuar a pagar uma obra que já não quer

A nova presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira já não quer dar seguimento ao Centro Gastronómico de Povos lançado pelo seu antecessor, José Fidalgo. A população fica sem uma obra na qual já foram investidos 100 mil euros.

Numa altura de crise e crescente contenção financeira a Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira vai gastar milhares de euros em 2012 a pagar à banca uma obra na qual já não está interessada: o Centro Gastronómico de Povos. A presidente da junta, Ana Câncio (PS), entende que o projecto lançado por José Fidalgo em 2008 foi “um passo maior que a perna” e que o centro gastronómico “falhou”. Câncio não foi sensível ao facto de já terem sido gastos no projecto 100 mil euros, com demolições, obras e aquisição de material informático e de cozinha. O ex-presidente da autarquia, José Fidalgo, que renunciou ao mandato em Setembro, não quer comentar esta posição da sua sucessora. Na prática este retrocesso significa que em 2012 a junta terá de continuar a pagar à banca cerca de 75 mil euros de empréstimos, que estão por amortizar. “O centro gastronómico nasceu numa altura em que as coisas já não estavam a correr bem. O espaço tem alguma obra feita, como demolições e canalizações. Temos também o equipamento de cozinha. Mas falhou porque se deu um passo maior que a perna sem terem sido acauteladas todas as parcerias para que ele estivesse capaz de entrar em funcionamento”, justifica Ana Câncio.A autarca refere que apesar do encargo financeiro “não parece razoável” continuar com o projecto e anunciou o seu abandono até que surja uma ideia capaz de voltar a rentabilizar o espaço. “Por exemplo, aproveitando a cozinha para fornecimento de refeições às escolas da freguesia e a sala do primeiro andar para delegação da junta, que actualmente está num espaço pequeno arrendado”, defende.Em 2008, recorde-se, foram aprovados em assembleia de freguesia três contratos de leasing para suportar as obras e equipamento do centro. Um deles, no valor de 50 mil euros, serviu para adquirir equipamentos de cozinha. “Lembramos que este executivo, apesar de ter dois novos elementos, ainda tem muitos membros do tempo do Fidalgo. Vocês têm responsabilidades. A verdade é que o dinheiro foi gasto, os anos foram passando e hoje o edifício está mais degradado com a diferença de que já voaram 100 mil euros”, critica Carlos Romano, eleito da CDU na Assembleia de Freguesia de Vila Franca de Xira. O centro gastronómico estava orçado em 200 mil euros e tinha como objectivo recuperar um dos edifícios mais degradados do bairro municipal de Povos, potenciar a formação na área da cozinha aos formandos do programa Novas Oportunidades e servir refeições a um euro e meio aos mais carenciados. O primeiro piso deveria ter duas salas de formação para 18 e 32 formandos, uma cozinha e uma zona de serviço de mesa.

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