Um dos grandes direitos do cidadão ainda é, e esperamos que por muitos longos anos, a liberdade de expressão. E ainda bem que todos nós temos ideias e ideais diferentes, caso contrário seria uma calamidade. Em pleno século XXI considero um tanto desarticulado o texto do leitor Carlos Batista publicado com o título “Porque sou contra os Centros de Novas Oportunidades”. Afinal trata-se de uma iniciativa destinada a aumentar os níveis académicos do país. Perante tanta preocupação com o aproveitamento escolar alheio, só consigo questionar-me. Será que um indivíduo com a 4ª classe é menos “formado” que um indivíduo com o 12º ano? Será que aqueles cujos pais não lhes conseguiram pagar os estudos e que não tiveram oportunidade de estudar, não terão o direito de ver validadas as competências que adquiriram ao longo da sua vida? Será que um trabalhador com anos de experiência do seu trabalho sabe menos que uma pessoa que saiu com o 12ºano? Pois dou valor a quem, depois de horas de trabalho, ainda vai levar com uma carga de formação. Muitas dessas pessoas “vingaram” na vida. Algumas até fizeram pequenas fortunas e não precisaram de ter um “canudo” para tal. E, ainda, há quem ache que conseguiram certificar os seus conhecimentos através de “trapaça”? Certamente se deve achar superior por ter feito o ensino “sério”, pois lhe digo que, esse mesmo ensino é gradual de forma a que as pessoas assimilem de forma gradual o conhecimento (ou não fosse todos os anos a mesma matéria). Pois eu, sendo sensato, só consigo olhar para os formandos da “trapaça” com respeito, pois muitos deles fazem hoje o dobro do esforço, que nós “ex alunos do ensino sério” alguma vez o fizemos e outros tantos têm mais formação e experiência que os que fizeram 6 anos lectivos de Português, Matemática, História, Geografia, Geometria, Inglês, Francês, Física, Química, etc...Pedro PeixotoNão deve ter conhecimento do que se passa a nível europeu. A ignorância sempre foi um baluarte da incompetência. Leia este parágrafo de uma notícia publicado no JN e pense.”Cerca de 10% dos formandos do Novas Oportunidades conseguiu um aumento do vencimento após ter na mão o diploma de reconhecimento de competências, aponta um estudo da Universidade Católica sobre a percepção e os níveis de satisfação deste programa (...)”.Raul Alves