Um momento de expressão religiosa na Sinagoga de Tomar
Minutos após ter procedido ao “acender da vela”, um rito que representa a resistência da cultura judaica, o rabino de Lisboa, Eliezer Shai di Martino (à esquerda), foi convidado a entoar um cântico. O momento captou a atenção de todos os que se encontravam reunidos na Sinagoga de Tomar, na tarde de 27 de Dezembro. A iniciativa partiu da Associação dos Amigos da Sinagoga de Tomar que, desta forma, se associou às comemorações do Hanukia, a festa hebraica celebrada durante oito dias no decorrer da qual se acende diariamente uma vela do candelabro de 9 braços, incluindo o central e maior. Coube a Teresa Vasco (em segundo plano nesta fotografia), esposa do guardião do templo, ajudar o rabino a acender a última vela, no altar que se encontra no centro da Sinagoga. “Apesar de não ter congregantes, a Sinagoga é um lugar de culto pelo que deve ser usado para exercer a nossa expressão religiosa”, explicou o rabino Eliezer Shai di Martino, que também faz parte desta associação criada em 28 de Junho deste ano, em Tomar. A direcção da associação é presidida por João Schwarz da Silva, neto de Samuel Schwarz que doou a Sinagoga ao Estado português por escritura datada de 28 de Março de 1939. Um dos objectivos passa por preservar a identidade religiosa do templo bem como restaurar e conservar os bens culturais que lhe estão associados. Para o próximo ano foram pensados, num encontro realizado durante esse dia, diversos eventos de cariz judaico. Em 2010 foi visitada por mais de 28 mil turistas e aguarda as obras de recuperação que para ali já foram pensadas. “A Sinagoga não é só um museu. Tem que se respeitar o motivo pelo qual foi erguida. O futuro deste templo, que pode voltar a ser um espaço de culto como o foi hoje, só depende da boa vontade de todos”, atestou o rabino. Elsa Ribeiro Gonçalves
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