Manuel dos Santos, um jovem de 106 anos
É um fenómeno de vitalidade. Manuel Rafael dos Santos, morador no Grou, freguesia de Asseiceira, no concelho de Tomar mantém aos 106 anos uma lucidez fora do comum para quem já atravessou todo o século XX. Nascido a 23 de Dezembro de 1905 em Tomar, celebrou o último aniversário, no domingo de Natal, rodeado pela família. É viúvo há mais de 20 anos, tem dois filhos, seis netos e oito bisnetos. Fomos encontrá-lo no segundo dia do novo ano, sentado à lareira de sua casa, onde habita sozinho. Quem o aborda sabe que tem que falar mais alto mas encontra sempre resposta pronta do outro lado. Não toma comprimidos e, apesar de usar óculos e ver apenas de um olho, tem o hábito de se levantar todos os dias às sete da manhã. Entretém-se muitas vezes a “raspar as ervas” que crescem no quintal de casa. Nunca fumou e deixou de beber bebidas alcoólicas há mais de trinta anos. Mesmo quando está engripado tem que ser “obrigado” pela família a ir ao médico. É a sua filha, que mora a poucos metros, que o ajuda com as refeições diárias e cuida da sua roupa mas, de resto, faz tudo de forma autónoma. Na altura de tirar o retrato, o centenário preferiu o quintal como cenário. “Olhe lá, eu não ficava melhor sem o casaco em cima dos ombros?”, perguntou. E se o disse, melhor o fez. E antes de o deixarmos na horta, a encher um balde com água, quando reparou no carro de O MIRANTE estacionado à porta recordou que, no seu tempo, ia a pé para chegar a Tomar e era também pelo próprio pé que regressava. Talvez o segredo para que conserve tanto dinamismo, mesmo sendo um dos idosos mais velhos do país. Elsa Ribeiro Gonçalves
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