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A médica veterinária que descobriu a sua vocação em criança

Margarete Cruz abriu Clínica Bonacheirão em Fazendas de Almeirim há cerca de seis anos

A médica refere que antes de adquirirem um animal as pessoas têm que entender que estes vão fazer parte do agregado familiar e que a despesa pode ser considerável.

Desde criança que Margarete Cruz, 34 anos, sempre soube o que queria ser quando fosse grande. A paixão por animais - em criança andava sempre rodeada de bichos - e medicina levaram-na a seguir o caminho da veterinária. Em casa tem quatro cães e na Clínica Bonacheirão, também conhecida por Clínica Veterinária de Fazendas de Almeirim, vive o ‘Manel’, um rafeiro de cinco anos que vagueava pelas ruas depois de ter sido abandonado pelos donos e que a médica adoptou.Em 2002 concluiu o curso de medicina veterinária mas não foi fácil conseguir o primeiro emprego na sua área. Margarete ainda trabalhou como delegada de informação médica até que decidiu abrir a sua própria clínica há cerca de seis anos. Até há pouco tempo foi sócia-gerente do Hospital Veterinário de Santarém mas teve que optar. “Estava com muito trabalho e não estava a conseguir conciliar tudo e optei por ficar só na clínica”, explica. Cães e gatos continuam a ser os animais de estimação preferidos pelas pessoas e os que mais aparecem na clínica veterinária. Apesar de tudo os tempos vão mudando e vão aparecendo cada vez mais coelhos e chinchilas de estimação.O dia de trabalho da médica veterinária normalmente costuma ser tranquilo com consultas clínicas. Mas como qualquer área da medicina também tem os seus imprevistos e urgências e foi o que aconteceu no dia em que se realizou a entrevista com O MIRANTE. Uma emergência obrigou a adiar a conversa com a veterinária para o final da tarde quando tudo estava mais sossegado.Uma doença muito comum que aparece na clínica para tratar é a parvovirose. Doença contagiosa, causada por um vírus, que ataca cães domésticos, especialmente cachorros por serem mais vulneráveis. Esta virose classifica-se como zoonose, por atacar tanto o homem como o cão. No homem, manifesta-se sob a forma de infecções nas vias respiratórias e nos olhos, mas sem gravidade ao contrário da incidência nos cães onde normalmente é fatal.Também a Leishmaniose é uma doença que preocupa a médica veterinária uma vez que é provocada pela picada de um mosquito e é muito comum em zonas mais húmidas perto do mar e de rios. Além destas doenças, aparecem muitos animais com tumores e que, por vezes, não se conseguem extrair. Essas situações são muito complicadas para Margarete Cruz que, confessa, criar “muito facilmente” laços de amizade com os ‘pacientes’ da sua clínica e quando as coisas não correm tão bem como o previsto, quando se perdem os animais, a tristeza é grande.Margarete Cruz alerta para a necessidade de levar o animal de estimação ao veterinário com frequência, no mínimo duas vezes por ano. “É preferível gastar um pouco mais de dinheiro com medidas preventivas como a desparasitação e vacinas do que deixar os problemas arrastarem-se e quando chegam ao médico já não há nada que se possa fazer para salvar o animal”, explica.A médica veterinária refere a O MIRANTE que, antes de adquirirem um animal, normalmente cachorros e gatos recém-nascidos, as pessoas têm que entender que estes vão fazer parte do agregado familiar. A despesa com o animal de estimação pode ser considerável. “Criar um animal dá trabalho e temos que perceber que um cão ou um gato precisa de atenção, de carinho e de ser tratado como um filho. Não se pode deitar fora quando deixa de ser novidade. Qualquer coisa é desculpa para abandonar um animal mas os hábitos das pessoas têm que mudar. Não se pode abandonar um animal no meio da rua só porque faz chichi no sofá ou na carpete ou porque morde a roupa do estendal”, clarifica.

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